Biopoder e Necropolítica: gueto, encarceramento e política de morte dos negros

Autores

  • Camilla Marcondes Massaro Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • Natália Fernandes Mororó Pontifícia Universidade Católica de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.28998/lte.2019.n.2.10641

Palavras-chave:

Necropolítica, Raça, Soberania, Política da morte, Encarceramento.

Resumo

Neste artigo buscamos apresentar reflexões acerca do ensaio intitulado Necropolítica, de Achille Mbembe e também da obra Punir os Pobres, de Loic Wacquant. Tratam-se de análises que buscam evidenciar quem pode viver e quem deve morrer, tendo como referência a discussão apresentada no curso Em defesa da sociedade, de Michel Foucault. A formulação de Foucault sobre o biopoder opera com base em uma divisão entre os vivos e os mortos, em que o controle pressupõe distribuição de humanos em grupos, divisão da população em subgrupos. Nesta abordagem, o objetivo do presente artigo é a compreensão do processo de demarcação e afirmação do controle físico e geográfico, que produzem fronteiras e hierarquias, ocorrendo, desta maneira, classificações de pessoas de acordo com diferentes categorias, chegando, sobretudo, ao encarceramento em massa da população negra. Este é um estudo de revisão bibliográfica, ilustrando e explicitando as noções de biopolítica, guerra, terror, disciplina, escravidão, segregação, gueto e cárcere, tendo como fio condutor a racialização. Como resultado, compreendemos que a necropolítica é a dinâmica da fragmentação territorial e o acesso proibido, com o objetivo de implantar a segregação, incluindo o encarceramento justificado pela necessidade de controle da criminalidade.

Abstract

In this article we seek to present reflections about the essay entitled Necropolitic by Achille Mbembe and also of the work Punishing the Poor of Loic Wacquant. These are analyses that seek to show who can live and who should die, having as reference to the discussion presented in the course In defense of society by Michel Foucault. Foucault's formulation of biopower operates based on a division between the living and the dead, in which control presupposes distribution of humans into groups, dividing the population into subgroups. In this approach, the objective of this article is to understand the process of demarcation and affirmation of physical and geographical control, which produce boundaries and hierarchies, thus occurring classifications of people according to different categories, reaching, above all, the mass incarceration of the black population. This is a bibliographic review study, illustrating and explaining the notions of biopolitics, war, terror, discipline, slavery, segregation, ghetto and prison, having racialization as its guiding thread. As a result, we understand that necropolitics is the dynamics of territorial fragmentation and prohibited access, with the aim of implementing segregation including incarceration justified by the need to control crime.


 

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Biografia do Autor

Camilla Marcondes Massaro, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Professora da Faculduade de Ciências Sociais e Professora extensionista em tempo parcial coordenando o projeto “Sistema   prisional,   direitos   humanos   e   sociedade: Compartilhando experiências e trilhando caminhos para o respeito aos familiares de pessoas presas”.

Natália Fernandes Mororó, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Graduanda em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Pesquisadora em nível de Iniciação Científica e membra do projeto de extensão “Sistema   prisional,   direitos   humanos   e   sociedade: Compartilhando experiências e trilhando caminhos para o respeito aos familiares de pessoas presas”.

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Publicado

2020-09-29

Como Citar

MASSARO, Camilla Marcondes; MORORÓ, Natália Fernandes. Biopoder e Necropolítica: gueto, encarceramento e política de morte dos negros. Latitude, Maceió-AL, Brasil, v. 13, n. 2, p. 34–49, 2020. DOI: 10.28998/lte.2019.n.2.10641. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/latitude/article/view/10641. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

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Artigos

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