O oximoro da diversidade como emblema da contemporaneidade

Autores

  • Pedro Martins de Menezes

DOI:

https://doi.org/10.28998/lte.2015.n.2.2118

Palavras-chave:

Diversidade, Universal, Particular, Emblema, Oximoro

Resumo

Depois de um período universal ocupado das ideias de unidade, homogeneidade, pureza e absolutismo e de um período particular enredado nas noções de multiplicidade, heterogeneidade, hibridismo e relativismo, o mundo vê surgir um terceiro regime cultural: o período da diversidade, emblema do atual estágio da modernidade-mundo. Em seu novo livro, Renato Ortiz se debruça sobre esse debate buscando entender que posição a diversidade ocupa em relação às duas agendas que a antecederam, ou seja: estaria a diversidade mais próxima dos valores universais de unidade, homogeneidade, pureza e absolutismo ou dos conceitos particulares de multiplicidade, heterogeneidade, hibridismo e relativismo? Depois de atravessar um instigante percurso analítico, o autor chega à conclusão de que a diversidade é um oximoro, ou seja, um termo capaz de conciliar vetores opostos. Nesse sentido, o oximoro da diversidade enlaçaria as duas tendências precedentes, ainda que elas sejam antípodas, ensejando no presente uma espécie de universalidade particular capaz de criar uma multiplicidade única, uma heterogeneidade homogênea, um hibridismo puro e um relativismo absoluto. O objetivo dessa resenha é recuperar o argumento de Renato Ortiz para entender de que maneira o oximoro da diversidade funciona como um emblema da contemporaneidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BATESON, Gregory. Naven. São Paulo: Edusp, 2008.

CANCLINI, Néstor García. A Sociedade Sem Relato. São Paulo: Edusp, 2012.

DARWIN, Charles. A Origem das Espécies. São Paulo: Hemus, 2013.

DELEUZE, Gilles. & GUATTARI, Felix. Mil Platôs. São Paulo: 34, 2011.

DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

______. Da Divisão do Trabalho Social. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

ELIAS, Norbert. A Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

ERLMANN, V. The Aesthetics of Global Imagination: reflections on World Music in the 1990s. In: Public Culture 1996 - 8. 467-487. Chicago: University of Chicago, 1996.

IANNI, Octavio. Florestan Fernandes e a Formação da Sociologia Brasileira. In: ______. Florestan Fernandes. São Paulo: Ática, 1986.

KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. Petrópolis: Vozes, 2012.

LYOTARD, J. Condição Pós-moderna. Rio de Janeiro: Jose Olympio, 2010.

ONU: Carta das Nações Unidas e Estatuto da Corte Internacional de Justiça. 1945.

ORTIZ, Renato. Universalismo e Diversidade. São Paulo: Boitempo, 2015.

UNESCO: Constituição da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, 1945

______: Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948

______: Declaração Universal Sobre Diversidade Cultural, 2002.

______: Convenção Sobre a Proteção e Promoção das Diversidade das Expressões Culturais, 2005.

Downloads

Publicado

2018-05-15

Como Citar

MENEZES, Pedro Martins de. O oximoro da diversidade como emblema da contemporaneidade. Latitude, Maceió-AL, Brasil, v. 9, n. 2, 2018. DOI: 10.28998/lte.2015.n.2.2118. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/latitude/article/view/2118. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Resenha (Reviews)

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.