Por que os antropólogos não gostam de crianças?

Autores

  • Lawrence A. Hirschfeld Departamento de Antropologia e Psicologia da New School for Social Research e Diretor do Center for Research with Infants and Toddlers.

DOI:

https://doi.org/10.28998/lte.2016.n.2.2846

Palavras-chave:

Antropologia da infância, cultura infantil, aquisição de conhecimento cultural, raça

Resumo

Dos principais trabalhos em antropologia, poucos se ocupam especificamente das crianças, o que é uma situação curiosa, uma vez que quase toda a antropologia contemporânea se baseia na premissa de que a cultura é aprendida, não herdada. Embora as crianças tenham uma capacidade notável e indiscutível para o aprendizado em geral, e o da cultura em particular, fato é que a antropologia tem demonstrado pouco interesse nelas e em suas vidas. Este artigo examina os motivos para essa lacuna lamentável e apresenta razões teóricas e empíricas para repudiá-la. Entendemos que a resistência aos estudos da infância é um subproduto de (1) uma visão empobrecida da aprendizagem cultural, que superestima o papel desempenhado pelos adultos e subestima a contribuição das crianças na reprodução cultural e, (2) uma falta de apreciação do alcance e da força da cultura infantil, particularmente na formação da cultura adulta. A proposta deste trabalho é mostrar que a marginalização das crianças e da infância obscureceu nossa compreensão de como as formas culturais surgem e do porque elas são mantidas. Dois estudos de caso, explorando a crença de crianças norte-americanas sobre a contaminação social, ilustram esses pontos.

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Publicado

2018-05-14

Como Citar

HIRSCHFELD, Lawrence A. Por que os antropólogos não gostam de crianças?. Latitude, Maceió-AL, Brasil, v. 10, n. 2, 2018. DOI: 10.28998/lte.2016.n.2.2846. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/latitude/article/view/2846. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê "Ser criança no Brasil de hoje: (re)invenções da infância