QUESTÕES IDENTITÁRIAS E CULTURAIS EM DUAS COMUNIDADES DE FALA EM ALAGOAS:
CONSIDERAÇÕES SOBRE PRECONCEITO LINGUÍSTICO CONTRA MENORES CARENTES E QUILOMBOLAS
Palavras-chave:
Língua. Identidade. Menores carentes. Quilombolas. Preconceito linguístico.Resumo
O presente artigo tem como propósito discutir questões culturais e identitárias de duas comunidades de fala, menores carentes que vivem em entidades filantrópicas e quilombolas, as quais possuem como uma de suas marcas o sofrimento com o preconceito linguístico. Respaldados na Sociolinguística Variacionista, de William Labov (2008 [1972]), que concebe a língua como uma atividade social (instrumento e sistema), relacionada diretamente aos elementos culturais e identitários de uma comunidade, e que correlaciona esses elementos sociais aos linguísticos, nosso intuito geral é mostrar, através de pesquisas, que essas comunidades sofrem preconceito em relação à sua fala, uma vez que a sociedade lhes atribui o uso generalizado de formas estigmatizadas, sem que estas sequer se constatem no uso linguístico dos falantes tal qual se imagina, conforme apontam os resultados. Para isso, selecionamos dois estudos sociolinguísticos variacionistas realizados em Alagoas, frutos das dissertações de mestrado das duas pesquisadoras, a fim de trazer um apanhado quanto aos resultados, linguísticos e sociais, descritos e obtidos em suas pesquisas, além de reflexões sobre as conclusões alcançadas. Esperamos, assim, que este artigo possa contribuir para que se evitem possíveis estigmatizações no que diz respeito à língua usada não só pelas comunidades em questão, mas por qualquer comunidade, economicamente e socialmente, menos assistida da sociedade.
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