Efeito de enzimas amilolíticas de Aspergillus Awamori sobre a digestão do amido em bovinos

Autores

  • Patrícia Rabelo Freitas Pontifícia Universidade Católica de Goiás
  • Cristielle Nunes Souto Universidade Federal de Goiás
  • Cirano José Ulhoa Universidade Federal de Goiás
  • Reginaldo Ferreira Nassar Universidade Federal de Goiás
  • Delma Machado Cantisani Padua Pontifícia Universidade Católica de Goiás
  • Vinicius Santana Mota Pontifícia Universidade Católica de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.28998/rca.v16i3.3183

Resumo

Avaliou-se o efeito de uma solução de amilase produzida por Aspergillus awamori sobre a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) de milho. Foram realizados dois experimentos, onde o primeiro a solução de enzima amilase foi aplicada por pulverização em 24g de milho moído (2 mm) e o segundo a solução de enzima amilase foi aplicado no fluido ruminal. Os tratamentos foram: controle (0 mL de enzima), 5mL (5 mL de enzima) e 10 mL (10 mL de enzima) para cada experimento. Para a coleta de líquido ruminal foi utilizado um bovino de peso aproximado de 380 kg e o ensaio da DIVMS foi obtido usando a técnica de rúmen artificial adaptada. Para os dois experimentos foi adotado o delineamento inteiramente casualizado, em esquema de parcelas subdivididas 3 x 6, com quatro repetições (jarros). As parcelas foram constituídas por milho tratado com três diferentes níveis de enzima e as subparcelas por seis momentos de digestão. Para enzima amilase aplicada no líquido ruminal o resultado de DIVMS para os três tratamentos nos períodos de 3, 6 e 12 horas não diferiram estatisticamente entre si. Entre o tratamento controle e 5 mL houve diferença significativa nos tempos 15’e 1,5 horas. Foi observado maior DIVMS para o tratamento controle, em relação aos 5 mL, com valores de 54,54% e 49,05, e não houve diferença nos tempos 3, 6, 12 e 24 horas (P>0,05). Entre o tratamento controle e o tratamento com 10 mL de enzima não houve diferença no tempo 15’ e 24 horas. A DIVMS do controle foi superior a tratamento 10 mL (28,74% e 10,53% respectivamente). A DIVMS foi superior para o tratamento controle, indicando que os níveis de 5 e 10 mL de enzimas injetados no fluido ruminal não aumentaram a DIVMS (P>0,05). Para amilase aplicada por pulverização em 24g de milho moído, no tempo de 15’, observou-se que o tratamento controle e 5 mL não diferiram estastiticamente (P>0,05). No entanto, o 10 mL de enzima melhorou a DIVMS em 55,54%, quando comparado ao grupo controle. Foi possível concluir que o tratamento com 5 mL de enzima aumentou a DIVMS em tempos de 3 e 24 horas de incubação e com a aplicação de 10 mL de enzima a DIVMS aumentou em todos os tempos de incubação.

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Biografia do Autor

Patrícia Rabelo Freitas, Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Zootecnista pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC). Especialista em Administração Rural pela Universidade Federal de Lavras. Mestre em Ecologia e Produção Sustentável pela PUC / GO. Experiência profissional:supervisora de produção e qualidade em fábrica de nutrição animal; Analista da Garantia da Qualidade em frigorífico de bovinos; Professora na Escola Técnica Vale dos Carajás no curso Técnico em Meio Ambiente com a disciplina Educação Ambiental; Professora convidada das disciplinas de Introdução a Zootecnia e produção de monogástricos na Agronomia pela Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Cristielle Nunes Souto, Universidade Federal de Goiás

Médica Veterinária Formada pela Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí. Atualmente é aluna de doutorado na Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG.

Cirano José Ulhoa, Universidade Federal de Goiás

Pesquisador 1C do CNPq. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (1981), mestrado em Ciências Biológicas (Biologia Molecular) pela Universidade de Brasília (1986) e Ph.D em Genética e Bioquímica de Microorganismos - Nottingham University (1991). Professor Titular da Universidade Federal de Goiás (UFG) e atualmente diretor (2010-2014) do Instituto de Ciências Biológicas da UFG. Foi coordenador do Curso de Graduação em Ciências Biológicas da UFG e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia da UFG. Tem experiência na área de Bioquímica, com ênfase em Bioquímica dos Microorganismos e Enzimologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Biotecnologia, Trichoderma harzianum, controle biológico, micoparasitismo, proteômica, secretoma, regulação da expressão gênica, sinalização celular, purificacão e caracterizacão de enzimas hidrolíticas.

Reginaldo Ferreira Nassar, Universidade Federal de Goiás

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Goiás (1985), mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras (1988) e doutorado em Zootecnia pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias Campus de Jaboticabal (2001). Atualmente é professor Associado 4 da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Fisiologia, com ênfase em Fisiologia da Digestão, atuando principalmente nos seguintes temas: nutrição animal, enzimas, aditivo, degradabilidade ruminal e digestibilidade, hormônio do sistema digestivo e mucosa intestinal.

Delma Machado Cantisani Padua, Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Possui graduação em Biologia Licenciatura pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (1987), mestrado em Aquicultura pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1996) e doutorado em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001). Atualmente é professora titular da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, e avaliadora de Cursos de Graduação e de Instituições de Ensino Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira INEP/MEC. Atua no BASIs/INEP como especialista nos processos que regulam a educação superior no Brasil (credenciamento e recredenciamento de instituições de educação superior e autorização, renovação e reconhecimento de cursos, além dos processos de aditamento e protocolo de compromisso). Tem experiência na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Piscicultura, atuando principalmente nos seguintes temas: qualidade da água, alimentação e nutrição de peixe, desempenho produtivo e sistemas de produção.

Vinicius Santana Mota, Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Graduando em Zootecnia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

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Publicado

2018-12-31

Edição

Seção

Produção Animal