(In)dispensable maternities: moral narratives of "care" in judicial decisions on custody hearings

Authors

  • Luisa Bertrami D'Angelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico
  • Sabrina Daiana Cunico Universidade Salgado de Oliveira

DOI:

https://doi.org/10.28998/rm.2024.n.15.17024

Keywords:

Custody hearings, Legal framework for early childhood, Maternity, Social protection, Prison system

Abstract

The aim of this article is to analyze the ways in which moralities permeate the decision-making process of magistrates in custody hearings for cisgender women who are pregnant, breastfeeding and/or have children under the age of 12. Based on the Assistance to People in Custody Service and a research-intervention at Benfica’s Custody Hearings Center in Rio de Janeiro, we seek to ponder on how are moral narratives about motherhood produced and how the notion of “care” are mobilized in judicial decisions and their implications in the construction of possibilities or barriers for accessing the right to family conviviality and the exercise of motherhood by women accused of theft or drug trafficking. It can be seen that custody hearings continue to operate the punitive and selective logic of criminal justice system in the process of criminalizing mothers who are traversed by precarious access to rights.

Downloads

Download data is not yet available.

References

AZEVEDO, Rodrigo G.; SINHORETTO, Jacqueline; SILVESTRE, Giane. Encarceramento e desencarceramento no Brasil: a audiência de custódia como espaço de disputa. Sociologias, v. 24, n. 59, p. 264294, 2022.

BRANDÃO, Natália Barroso. Crime e maternidade: uma análise das moralidades que orientam as decisões judiciais a respeito da concessão de prisão domiciliar a mães presas provisoriamente. In: LIMA, Michel Lobo Toledo; LIMA, Roberto Kant de (Org.) Entre normas e práticas: os campos do Direito e da segurança pública em perspectiva empírica. Rio de Janeiro: Autografia, 2020. p. 5067.

BRAGA, Ana G. M. Entre a soberania da lei e o chão da prisão: a maternidade encarcerada. Revista Direito GV, v. 11, n. 2, p. 523546, 2015.

BRAGA, Ana. G.; ANGOTTI, Bruna. Dar à luz na sombra: exercício da maternidade na prisão. São Paulo: Editora Unesp, 2019.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidente da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 18 jun. 2024.

BRASIL. Regras de Bangkok: regras das Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres infratoras. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2016a.

BRASIL. Lei n° 13.257, de 08 de março de 2016. Dispõe sobre as políticas públicas para a primeira infância. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 mar. 2016b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm. Acesso em: 15 jan. 2023.

BRASIL. Lei n° 13.769/2018, de 19 de dezembro de 2018. Altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), as Leis n º 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), e 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), para estabelecer a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar da mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência e para disciplinar o regime de cumprimento de pena privativa de liberdade de condenadas na mesma situação. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 dez. 2018. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13769.htm. Acesso em: 15 jan. 2023.

BRASIL. Manual sobre tomada de decisão na audiência de custódia: parâmetros gerais. Brasília: Conselho Nacional de Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, 2020a.

BRASIL. Manual sobre tomada de decisão na audiência de custódia: parâmetros para crimes e perfis específicos. Brasília: Conselho Nacional de Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, 2020b.

BRASIL. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias. Brasília: InfoPen, Secretaria Nacional de Políticas Penitenciárias, Ministério da Justiça, 2022.

CISLAGH, Juliana Fiuza. Entre a vigilância e a proteção: gênero e direitos sociais no capitalismo contemporâneo. Revista Libertas, v. 11, n. 2, p. 112, 2011.

CUNHA, Manuela Ivone. Malhas que a reclusão tece: questões de identidade numa prisão feminina. Lisboa: Gabinete de Estudos Jurídico-Sociais do Centro de Estudos Judiciários, 1994.

DONZELOT, Jacques. A Polícia das Famílias. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1980.

FERREIRA, Carolina C. Audiências de Custódia: instituto de descarcerização ou de reafirmação de estereótipos? Justiça do Direito, v. 31, n. 2, p. 279303, 2017.

FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: Nau, 2005.

GRANJA, Rafaela. Para cá e para lá dos muros: negociar relações familiares durante a reclusão. Porto: Edições Afrontamento, 2017.

ITTC  INSTITUTO TERRA, TRABALHO E CIDADANIA. Os desafios da aplicação da prisão domiciliar para o pleno exercício da maternidade e a proteção à infância. São Paulo: ITTC, 2022.

KULLER, Laís; DIAS, Camila. O papel do preso nas audiências de custódia: Protagonista ou marginal? Dilemas - Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, v. 12, n. 2, 2019.

LAGES, Lívia B.; RIBEIRO, Ludmila. Os determinantes da prisão preventiva na Audiência de Custódia: reforço de estereótipos sociais? Revista Direito GV, v. 15, n. 3, e1933, 2019.

LIMA, Elça M. Origens da prisão feminina: o período das freiras (19421955). Rio de Janeiro: OAB/RJ, 1983.

MATTAR, Laura Davis; DINIZ, Carmen Simone Grilo. Hierarquias reprodutivas: maternidade e desigualdades no exercício de direitos humanos pelas mulheres. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 16, n. 40, p. 107120, 2012.

MIRANDA, Ana Paula Mendes. Antropologia, Estado moderno e poder: perspectiva e desafios de um campo em construção. Revista Avá, n. 7, p. 127, 2005.

NASCIMENTO, Maria Lívia do; SCHEINVAR, Estela. De como as práticas do conselho tutelar vêm se tornando jurisdicionais. Aletheia, n. 25, p. 152–162, 2007.

PASSOS, Eduardo; BARROS, Regina Benevides de. A cartografia como método de pesquisa-intervenção. In: PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virginia; ESCÓSSIA, Liliana. Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2015. p. 1731.

TOLEDO, Fabio L. “O flagrante ganha voz?”: os significados da presença da pessoa presa nas audiências de custódia no estado de São Paulo. 2019. Dissertação (Mestrado em Direito)  Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2019.

TOLEDO, Fabio L.; JESUS, Maria G. M. Olhos da Justiça: o contato entre juízes e custodiados nas audiências de custódia em São Paulo. Revista Direito GV, v. 17, n.1, e2103, 2021.

Published

2024-11-14

Issue

Section

Maternidades, práticas de cuidado e Tecnologias de governo