Desordeiros turbulentos e trabalhadores comportados:

os casos do célebre Mandú e dos escravizados emancipados pelo Fundo de Manumissão em Penedo, 1876/1877

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28998/rchv13n26.2022.0008

Palavras-chave:

Escravidão; Alagoas; Periódicos

Resumo

Esse texto problematiza notícias encontradas em o Jornal do Penedo. As notas tratam do foragido Mandú, capitão do mato acusado de assassinato, e de um edital de manumissão de treze trabalhadores escravizados. As duas "histórias" possibilitam o entendimento do cotidiano relativo ao final do escravismo em Alagoas. Antes, destacamos o cenário onde se passam os acontecimentos, o termo de Penedo. Com base no Censo de 1872 e na bibliografia especializada percebemos que o município desempenhou papel preponderante na economia regional como porto exportador e detentor de relativo contingente de escravizados. O método empregado foi o qualitativo exploratório, consistindo na pesquisa, leitura e análise das edições do periódico. Nas considerações finais, refletimos como as notícias abordadas, referentes à década de 1870, expõem elementos dos momentos finais do escravismo na região, em especial, assinalamos a sociabilidade que possibilitou aos cativos estabelecer estratégias de resistência e protagonismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fábio Francisco de Almeida Castilho, Instituto Federal de Alagoas - IFAL

Professor de História do Instituto Federal de Alagoas, Campus Marechal Deodoro. Possui graduação em História pela Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), mestrado em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), doutorado em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e Pós-doutorado em História pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP). Professor e pesquisador do Mestrado Profissional em Educação Profissional (PROFEPT), Edital n. 02/2017, Rede Nacional, Polo Maceió. Membro dos grupos de pesquisa GEPEPT e GENTELLI. Tem experiência na área de História e Educação Profissional, atuando principalmente nos seguintes temas: Transição da mão de obra, Elites Políticas, Republicanismo, Ensino e elaboração de Produtos na Educação Profissional. (Texto informado pelo autor)

Referências

ALMEIDA, Luiz Sávio de. Alagoas: ensaio sobre negros e escravos no Censo de 1872. Maceió: cba editora. 2019.

ARAÚJO, Carlos Eduardo Moreira de. Fim do Tráfico. In.: SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Flávio dos Santos (Orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.pp230-236.

ASSIS, Machado. Pai contra Mãe.Texto proveniente de: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro <http://www.bibvirt.futuro.usp.br> Acesso 06 de outubro de 2021.

AZEVEDO, Elciene. O direito dos escravos: Lutas jurídicas e abolicionismo na província de São Paulo. Campinas: Ed. Da Unicamp, 2010.

BERTIN, Enidelce. Os meia-cara: africanos livres em São Paulo no século XIX. 2006. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

BRÜGGER, Silvia Maria Jardim. Minas patriarcal: família e sociedade, São João del Rei, séculos XVIII e XIX. Annablume, 2007.

CASTILHO, Fábio Francisco de Almeida. Mulheres escravizadas em Alagoas: Resistência e protagonismo nos periódicos locais (1870 e 1880). Revista Crítica História. Maceió: UFAL, 2021.

CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das letras, 2003.

DOMINGUES, Petrônio José. Uma história não contada: negro, racismo e branqueamento em São Paulo no pós-abolição. Editora Senac São Paulo, 2019.

GRINBERG, Keila. Senhores sem escravos: a propósito das ações de escravidão no Brasil imperial. Almanack braziliense, n. 6, p. 4-13, 2007.

HEINZ, Flávio M. Por outra história das elites. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

HOBSBAWM, Eric. Bandidos. 5ª ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2017.

LARA, Silvia Hunold; MENDONÇA, Joseli Nunes (Ed.). Direitos e justiças no Brasil: ensaios de história social. Campinas: Editora UNICAMP, 2006.

MAMIGONIAN, Beatriz G. Africanos livres: A abolição do tráfico de escravos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

MARIANI, Daniel et all. Censo de 1872: o retrato do Brasil da escravidão Revista Nexo. 2017.

MARQUES, D.L.Territórios da Sociabilidade Negra...361Identidade!| São Leopoldo | v.18 n. 3, ed. esp.| p. 357-371| dez. 2013 | ISSN 2178-0437X p.360. Disponível em: <http://periodicos.est.edu.br/identidade>

MARQUES, Danilo Luiz. Sobreviver e resistir: os caminhos para liberdade de escravizadas e africanas livres em Maceió (1849-1888). Blumenau - SC: Nova Letra, 2016.

PAIVA, Clotilde Andrade; KLEIN, Herbert S. Escravos e livres nas Minas Gerais do século XIX: Campanha em 1831. Estudos Econômicos (São Paulo), v. 22, n. 1, p. 129-151, 1992.

PAIVA, Clotilde. Publicação Crítica do Recenseamento Geral do Império do Brasil de 1872. Cedeplar/UFMG. 2012.

SANTANA, Moacir Medeiros de. História da Imprensa em Alagoas. Maceió: Editora Arquivo Público de Alagoas, 1987.

SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: Engenhos e escravos na sociedade colonial, 1550-1835. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

SILVA, Maurício. CHALHOUB, Sidney e PEREIRA, Leonardo A. de Miranda (orgs). A História Contada. Capítulos de História Social da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1998.

SLENES, Robert W. Lares negros, olhares brancos: histórias da família escrava no século XIX. Revista Brasileira de História, v. 8, n. 16, p. 189-203, 1988.

TEIXEIRA, Luana.Vapores e escravos no Penedo, Alagoas, na década de 1850. Sæculum–Revista de História, n. 34, p. 123-142, 2016.

WISSENBACH, Maria Cristina Cortez. Da escravidão à liberdade: dimensões de uma privacidade possível. In: República: da belle époque à era do rádio. 1998. p. 49-130.

WISSENBACH, Maria Cristina Cortez. Letramento e Escolas. In.: SCHWARCZ, L.M & GOMES, F. (orgs.) Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. São Paulo: Cia das Letras. 2018. pp 292-297.

Downloads

Publicado

2022-12-19

Como Citar

Castilho, F. F. de A. (2022). Desordeiros turbulentos e trabalhadores comportados:: os casos do célebre Mandú e dos escravizados emancipados pelo Fundo de Manumissão em Penedo, 1876/1877. Revista Crítica Histórica, 13(26), 153–176. https://doi.org/10.28998/rchv13n26.2022.0008

Edição

Seção

Dossiê Histórias do Rio São Francisco: sujeitos, territórios e temporalidades

Artigos Semelhantes

<< < 7 8 9 10 11 12 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.