Chegando e ocupando:

História Oral, cotidiano e disputas fundiárias na construção da capital do Tocantins

Autores

  • Eduardo José Silva Lima Professor da Universidade Estadual do Tocantins- UNITINS. Estudante de doutorado em História Universidade Federal de Goiás - UFG https://orcid.org/0000-0001-8171-3085

DOI:

https://doi.org/10.28998/rchv14n27.2023.0003

Palavras-chave:

História Oral; cotidianos; luta pela moradia.

Resumo

A construção da última capital planejada brasileira do século XX foi marcada por disputas fundiárias na década de 1990. A terra era, se não o maior,  certamente um dos maiores meios de arrecadação de ativos financeiros do Tocantins, sendo a venda de territórios de Palmas uma fonte de renda considerável para o estado. O comércio de terras era um mercado importante para o estado. Nos perguntamos como o direito à moradia foi entendido pelas gestões e como a população de migrantes trabalhadores elaborou estratégias para a garantia desse direito, pois se a possibilidade de acesso à terra era via compra de terrenos, como a população pobre iria conseguir sua habitação? No intuito de entender processos econômicos, sociais e culturais que nos auxiliam a responder esta e outras questões, utilizamos como uma das metodologias a história oral. Analisar como a história de vida dos migrantes se aproxima e se afasta de uma memória oficial do estado do Tocantins fundamentada em alicerces como livre iniciativa, estado mínimo, valorização do esforço pessoal, meritocracia e enriquecimento através do trabalho. Este trabalho pretende apresentar e analisar histórias de migrantes que, através de resistência conquistaram seu direito fundamental de ter um território para chamar de lar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eduardo José Silva Lima, Professor da Universidade Estadual do Tocantins- UNITINS. Estudante de doutorado em História Universidade Federal de Goiás - UFG

Áreas de interesse em avaliação: História Social; História Urbana; Cidades e conflitos; Movimentos sociais; Cultura e imaginários sociais; 

É licenciado em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE (2010), Mestre em História Social da Cultura Regional pela Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE (2013) e com doutorado em curso no Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal de Goiás- UFG na linha de pesquisa História, Memória e Imaginários Sociais. Desde 2016 é professor efetivo da Universidade Estadual do Tocantins - UNITINS atuando nos cursos de Direito e Serviço Social. Realiza pesquisas na área de História do Brasil República com temas ligados a cidade, movimentos sociais, trabalhadores, cultura e memória. Ocupou o cargo de Coordenador de Extensão no ano de 2018 e, também em 2018, foi coordenador do Núcleo de Estudos em Direitos Humanos da UNITINS.

Referências

AMARAL, Francisco Otaviano Merli do. Especulação imobiliária e segregação social em Palmas do Tocantins: uma análise a partir dos programas habitacionais no período de 2000 a 2008. Brasília, 2009.

BARBOSA, Fábio. A formação urbana no município de Palmas (1989-2012) e o direito de moradia. Goiânia, 2012.

BEZERRA, Nilva Aparecida Pacheco. A migração em Palmas/To: a felicidade no imaginário social. 2013. 175f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal do Tocantins, Porto Nacional, 2013.

BRITO, Eliseu Pereira de. CONSTRUIR PALMAS? Uma análise da construção da capital do Tocantins. In Revista Ateliê Geográfico. Goiânia (GO)Programa de Pós-graduação em Geografia do Instituto de Estudos Sócio Ambientais (IESA), v.4, n. 4. 2010b.

BRITO, Eliseu Pereira. Planejamento, Especulação imobiliária e ocupação fragmentada em Palmas. Caminhos de Geografia. Revista Online. Vol.11, n. 34. Uberlândia: Instituto de Geografia, UFU, 2010.

COCOZZA, Glauco de Paula. Paisagem e urbanidade: os limites do projeto urbano na conformação de lugares em Palmas. São Paulo, 2007.

GONÇALVES, R. S. Repensar a regularização fundiária como política de integração socioespacial. São Paulo: Estudos avançados, vol. 23, nº 66, 2009. Disponível em http://www.scielo.br, acesso em 20/11/.2018

GRUPOQUATRO. Memória do projeto da capital do estado do Tocantins. Palmas/Plano Básico. Goiânia, 1989 (Mimeo).

LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. 5º edição. Centauro editora. São Paulo: Centauro Editora, 2009.

LIRA, Eliseu Ribeiro. A gênese de Palmas: a geopolítica de (re) ocupação territorial na Amazônia Legal. Goiânia: Kelps, 2011.

LUCA, Tânia Regina de. História dos, nos e por meio de periódicos. In: PISNKY, Carla. Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2006.

MORAES, Lúcia Maria. A segregação planejada; Goiânia, Brasília e Palmas. 2. Ed. Goiânia: Ed. da UCG, 2006.

MOTTER, Ana Elisete. Representações da identidade do Tocantins na literatura e na imprensa (1989-2002). 2010. 158f. Tese (Doutorado) –Pós-graduação em História. Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-graduação em História, Universidade do Vale do Rio dos Sinos Unisinos), São Leopoldo, 2010.

REIS, Patrícia Orfila Barros dos. Modernidades tardias no cerrado – arquitetura e urbanismo na formação de Palmas. Florianópolis: Insular, 2018.

SHARPE, Jim. A história vista de Baixo. In.: BURKE, Peter (org.).A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: UNESP, 1992, p. 39-62.

THOMPSON, Edward Palmer. A formação da classe operária inglesa: volume 1 : árvore da liberdade. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.

_______________________. Costumes em comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 493p.

_________________________. A miséria da teoria, ou, um planetário de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

Downloads

Publicado

2023-08-01

Como Citar

Lima, E. J. S. (2023). Chegando e ocupando:: História Oral, cotidiano e disputas fundiárias na construção da capital do Tocantins. Revista Crítica Histórica, 14(27), 9–30. https://doi.org/10.28998/rchv14n27.2023.0003

Artigos Semelhantes

<< < 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.