NOTAS SOBRE O CINEMA EXPERIMENTAL

Resumo

Se encararmos a Arte Cinematográfica como a habilidade ou domínio da técnica (techné = “arte”) de “escrita, com a luz, em movimento” – de kínesis = movimento; e grafia = escrita (à qual, para nós, está subentendido phóton = “luz”, de photografia) –, isto é, do ato de produzir ou criar, no sentido de compor obras – a partir do princípio fundante do cinema, enquanto linguagem artística essencialmente constituída como audiovisual, isto é, imagens em movimento e som (associado ou “dissociado”), podemos encarar a linguagem audiovisual como a técnica de “condensação” entre forma e conteúdo daquilo que compreendemos como os elementos constitutivos da linguagem audiovisual, que para nós, são “sintetizadas” no conceito de imagem (phantásma), à qual nos embasaremos. Sendo assim, iremos nos amparar na concepção de Deleuze e Adorno (além de outros representantes da estética filosófica, como Benjamin, Platão e Aristóteles), tendo em vista o contexto da criação do cinema experimental, e buscarmos compreender de que forma o cineasta experimental (para nós, necessariamente “vanguardista”), procura achar “soluções” para a expressão de ideias, emoções e pensamentos, a partir da elaboração criativa das imagens- movimento, que representam uma imagem indireta do tempo, de forma a propiciar um “salto semântico” que visa estabelecer novas atribuições de significado às imagens, através do “choque” entre planos e/ou cenas de modo a suprir a demanda de novas fronteiras expressivas da linguagem audiovisual, às quais buscamos traçar.