JUVENTUDES E PESQUISA-AÇÃO: UMA INTERVENÇÃO COM JOVENS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE PSICOSSOCIAL NA ORLA LAGUNAR EM MACEIÓ.

Resumo

O presente artigo discute o conceito de juventude e a pertinência da pesquisa-ação como método de intervenção. Descreve as atividades desenvolvidas com jovens em situação de vulnerabilidade psicossocial, residentes na orla lagunar da cidade de Maceió, Alagoas, proporcionadas por um projeto de extensão universitária, no período de agosto a dezembro de 2011. Participaram do trabalho estudantes de graduação e de mestrado em Psicologia, educadores sociais de uma organização não governamental e 17 jovens com idades entre 12 e 18 anos, de ambos os sexos. O registro de diário de campo das atividades semanais desenvolvidas subsidiaram as reflexões e o planejamento das etapas da pesquisa-ação. As atividades com os jovens se caracterizaram por oficinas, com duração de duas horas em média, definidas pelos extensionistas, em reuniões de equipe, a partir da escolha das temáticas pelos jovens participantes: pertencimento, amizade, sexualidade, violência, drogas e educação, afinidade e alteridade. Os resultados indicam que a extensão é uma prática fundamental, tanto para a aproximação da universidade com comunidade como para o aprimoramento das habilidades de pesquisa e de intervenção dos estudantes, que a psicologia social oferece instrumental teórico e metodológico para reflexão e transformação psicossocial, que a pesquisa-ação é metodologia apropriada para que se estabeleça uma relação significativa e de compromisso mútuo, que a juventude deve ser entendida em sua pluralidade, considerando a condição de sujeitos concretos e sua significação social. Estes resultados devem repercutir e serem considerados no planejamento de programas sociais voltados aos jovens, especialmente, àqueles em situação de vulnerabilidade psicossocial.