O COMPROMISSO-CONSCIENTIZAÇÃO NA PRÁTICA DOCENTE DO POVO XUKURU DO ORORUBÁ (PESQUEIRA, PERNAMBUCO)

Resumen

A partir das verbalizações de professoras(es) veteranas e novatas das escolas Xukuru do Ororubá pesquisamos a relação compromisso-conscientização enquanto luta epistêmica, isto é, a ação cultural como atividade política. Nesse sentido, a partir da episteme Formação da(o) Guerreira(o) Xukuru, como o compromisso-conscientização é construído pelas (os) docentes para o fortalecimento da identidade do povo Xukuru? Por uma perspectiva da colonialidade (WALSH, 2009), temos como categorias: racialização e desumanização (FANON, 1968; 2008); educação bancária; consciência histórica e caráter dialógico (FREIRE, 2016); compromisso-conscientização (COPIXO, 1997); educação intercultural (CANDAU, 2013), às negações à interculturalidade crítica (NASCIMENTO; QUADROS; FIALHO, 2016). Construímos com nossos sujeitos, uma pesquisa qualitativa (MINAYO, 1994) abordando falas favoráveis ou contrárias para um mesmo assunto pela Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977). Esse procedimento se deu através de entrevistas semiestruturadas e individuais (BAUER, 2002; GASKELL, 2022), considerando as verbalizações como nosso material de pesquisa sobre o trabalho docente de professoras(es) Xukuru. Com as verbalizações compreendemos a colaboração das(os) docentes Xukuru no fortalecimento da identidade étnica, em atividades no território indígena e dentro da escola, na afirmação de valores e crenças, no diálogo intercultural com todos os membros do povo Xukuru na construção de estratégias contra a colonialidade. Então, consideramos as (os) docentes Xukuru como lideranças epistêmicas.