Faça você mesma!: #Riot Grrrl e as estratégias de Femvertising no Instagram
DOI:
https://doi.org/10.28998/lte.2018.n.2.5151Palavras-chave:
Riot Grrrl, Cena Musical, Hashtag, Feminismo, FemvertisingResumo
O artigo pretende analisar o uso do termo Riot Grrrl- cena musical e ethospunk surgido nos anos 90 juntamente a uma ideologia feminista - por empresas para alcançarem uma audiência onlineque tenha tanto o perfil ligado a essa cenaquanto à causa do movimento Feministade um modo geral. Trata-se de uma pesquisa exploratória baseada em revisão bibliográfica e em um estudo com inspiração netnográfica desenvolvido a partir do monitoramento de postagens de empresas no Instagramque direcionam seus produtos e serviços através da associação deste termo através da sua aplicação como hashtagpara alcançar um nicho de público interessado na pauta feminista. Dessa forma, pretende-se abordar estratégias de femvertisingpor meio do uso de hashtags e apresentar um panorama do funcionamento dessa indexação e das categorias nelas envolvidas. De acordo com o monitoramento realizado, conclui-se que apesar da expressão aparecer majoritariamente em sites da internet relacionados com o movimento Riot Grrrl, ela também tem sido associada a produtos de empresas que não necessariamente possuem alguma característica relacionada com essa cena, porém pretendem estar associadas ao viés feminista, funcionando, portanto, como um influenciador do consumo.
Palavras-Chaves: Riot Grrrl.Cena Musical.Hashtag.Feminismo.Femvertising.
Abstract
Our article intends to analyze the use of the term Riot Grrrl - feminist musical punk community that began in the 1990s - by companies to reach an online audience that has both the profile of this subculture, as to the feminist cause in general. It is an exploratory research based on a bibliographic review and a study with netnographic inspiration developed from the monitoring of postings of companies in Instagram. These companies direct their products and services through the association of this term through its application as hashtag to reach a niche audience interested in the feminist agenda. So, we intend to approach femvertising strategies ( through the use of hashtags and present an overview of the operation of this indexation and the categories involved. According to the monitoring we’ve made, it is concluded that although the expression appears mainly in Internet sites related to the Riot Grrrl movement, it has also been associated with products of companies that do not necessarily have some characteristic related to this scene, but intend to be associated with feminist bias, and, therefore, functioning as an influencer of consumption.
Keywords: Riot Grrrl.Musical Scene.Hashtag.Feminism.Femvertising.
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