O Programa Mulheres Mil no controle da violência contra a mulher: uma visão de seus executores

Autores/as

  • Edna Lopes Miranda Universidade Federal de Viçosa
  • Maria das Dores Saraiva de Loreto Professora Titular do Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa
  • Nilva Celestina do Carmo Instituto Federal Sudeste de Minas, Campus Rio Pomba

DOI:

https://doi.org/10.28998/lte.2020.n.1.10651

Palabras clave:

Violência Doméstica, Programa Mulheres Mil, Política Pública,

Resumen

A violência doméstica é um fenômeno crescente tanto no Brasil quanto no mundo. Este tipo de violência ocorre muitas vezes de forma invisível e insidiosa. Diante disso, surgiu no Brasil o Programa Mulheres Mil (PMM), que busca minimizar a exclusão social feminina por meio do aumento do nível de escolaridade, do acesso ao mercado de trabalho, do aumento da autonomia e da redução da taxa de violência. Este artigo objetiva analisar a influência do PMM no controle da violência contra a mulher, caracterizando a visão de executores do programa por meio de entrevistas semiestruturadas. Os resultados evidenciaram que a violência doméstica é tratada de forma secundária. Na visão das lideranças, o PMM pode ser visto como uma política pública potencialmente indutora do protagonismo das mulheres; mas a impossibilidade da aplicação concreta de todas as etapas de sua metodologia limita o processo de enfrentamento da violência contra a mulher e o alcance dos objetivos do Programa.

Abstract

Domestic violence is a growing phenomenon both in Brazil and worldwide. This type of violence often occurs invisibly and insidiously. Therefore, the Programa Mulheres Mil (PMM) was created in Brazil, seeking to minimize female social exclusion, by increasing the level of education, access to the labor market, increasing autonomy, and reducing the rate of violence. This article aimed to analyze the influence of the PMM in controlling violence against women, characterizing the vision of program executors, through semi-structured interviews. The results showed that domestic violence is treated in a secondary. In the view of the leaders, the PMM can be seen as a public policy potentially inducing the protagonism of women; but, the impossibility of the concrete application of all the stages of methodology limits the process of confronting violence against women and the achievement of the objectives in the Program.


Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Edna Lopes Miranda, Universidade Federal de Viçosa

Pós Doutoranda em Ciencias Sociais Aplicadas, Doutora em Extensão Rural pela Universidade Federal de Viçosa. Mestre e Bacharel em Economia Doméstica pela mesma Universidade

Maria das Dores Saraiva de Loreto, Professora Titular do Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa

Doutora em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Professora Titular do Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa. 

 

 

Nilva Celestina do Carmo, Instituto Federal Sudeste de Minas, Campus Rio Pomba

Professora do Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais , Campus Rio Pomba. Mestre em Economia Doméstica  pela Universidade Federal de Viçosa.

 

Citas

ARAÚJO, Suêde Mayne Pereira Mulheres em situação de fragilidade social e o Programa Mulheres Mil: o papel das políticas na perspectiva de emancipação para o trabalho. 2015. 152 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação), Universidade do Estado da Bahia, Salvador.

BANDEIRA, Lourdes Maria. Violência de gênero: a construção de um campo teórico e de investigação. Revista Sociedade e Estado. v. 29, n. 2, p. 449-470, 2014.

BANDEIRA, Lourdes. Feminicídio. O que é. Disponível em: <http://www.agenciapatriciagalvao.org.br>. Acesso em: 16 fev. 2018.

BARBOSA, Marcela Dias; BORGES, Paulo César Corrêa. Feminismo, gênero e os alcances da Lei Maria da Penha. Revista de Direitos Humanos e Efetividade. v. 2, n. 1, p. 207- 227, 2016.

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 5. ed. Lisboa: Edições 70, 2011.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Guia metodológico do sistema de acesso, permanência e êxito. Brasília: MEC, 2012.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas para Mulheres. III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2013.

CAMARGO, Brigido Vizeu.; JUSTO, Ana Maria. IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas Psicologia, Ribeirão Preto, v. 21, n.2, p.513-518, dez. 2013.

CAMPOS, Rosa Ludy Arias.; RENGIFO, Martha Leonor Ayala.; MEZA, Cristhian James Díaz. Reflexiones sobre el derecho a la educalion y sus perspectivas em el marco del desarrollo humano. Revista Iasallista de investigación, v.8, n.1, p.117-125, 2011.

CERIONI, Clara. 1 em cada 4 mulheres passou por violência no Brasil em 2018, diz pesquisa. Disponível em: <https://exame.com/brasil/1-em-cada-4-mulheres-passou-por-violencia-em-2018-no-brasil-diz-pesquisa>. Acesso em: 29 set. 2020.

COSTA, Milena Silva; SERAFIM, Márcia Luana Firmino; NASCIMENTO, Aissa Romina Silva do. Violência contra a mulher: descrição das denúncias em um Centro de Referência de Atendimento à Mulher de Cajazeiras, Paraíba, 2010 a 2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 24, n. 3, p.558-551, set. 2015.

DIAS, Adalgisa de Oliveira Silva. Violência contra a mulher opressão e omissão: um grito de liberdade. Disponível em: <http://www.artigos.com/artigos-academicos/20429-violenciacontra-a-mulher-opressao-e-omissao-um-grito-de-liberdade>. Acesso em: 07 fev. 2018.

DINIZ, Leopoldina Francimar Amorim Coelho; COSTA, Maria Nizete Gomes; HASSUIKE, Albertina Marília Alves Guedes. Educação e Trabalho: Doces Frutos Gerados No Vale do São Francisco através do Programa Mulheres Mil. In: Perspectivas Feministas de Gênero: 18º REDOR. Recife, p. 3709-3718, 2015.

FARAH, Marta Ferreira Santos. Gênero e políticas públicas. Revista Estudos Feministas, v. 12, n. 1, p. 47-71, 2004.

GOMES, Nadielene Pereira; DINIZ, Normélia Maria Freire; ARAÚJO, Anne Jacob de Souza; COELHO, Tâmara Maria de Freitas. Compreendendo a violência doméstica a partir das categorias gênero e geração. Acta Paulista de Enfermagem, v. 20, n. 4, pp. 504-508, 2007.

MUCHEMBLED, Robert. História da violência: do fim da Idade Média aos nossos dias. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

OLIVEIRA, Anna Paula Garcia; CAVALCANTI, Vanessa Ribeiro Simon. Violência Doméstica na Perspectiva de gênero e Políticas Públicas. Rev. Bras. Crescimento Desenvolvimento Humano, v.17, n.1 p.39-51, 2007.

PEREIRA, Juliana de Souza Augustin. Programa Mulheres Mil: uma análise no campo das políticas de inclusão do IFSC. 2015. 171 f. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina.

PEREIRA, Paula dos Santos. Mulheres em situação de violência: percepções sobre a perpetuação da violência em suas vidas, 2017, 95 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde), Universidade Federal de Goiás, Goiânia.

PETTER, Carla Beatriz; CAGLIARI, Cláudia Taís Siqueira. Desafios contemporâneos no combate à violência contra a mulher. Revista Unitas, n. 1, p. 122-143, 2016.

ROSALDO, Michelle.; LAMPHÉRE, Louise. A Mulher, a Cultura e a Sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. Gênero, patriarcado, violência. 1ºed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

SANTOS, Ana Paula Coelho Abreu dos; WITECK, Guilherme. Violência doméstica e familiar contra a mulher. Seminário Internacional Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea, Santa Cruz do Sul, 2006.

SCHOUTEN, Maria Johanna. Uma sociologia do Género. Portugal: Edições Húmus, 2011.

SCOTT, Joan. Gênero: Uma Categoria Útil de Análise Histórica. In Educação e Realidade. v.16, n.2. p. 5-22, 1999

SEN, Gita. Empowerment as an approach to poverty. Background paper for human development report 1997.Working Paper Series, v. 4, n. 240s, p. 175-194, 1997.

SILVA, Sérgio Gomes da. Preconceito e Discriminação: As Bases da Violência Contra a Mulher. Psicologia Ciência e Profissão, v.30, n. 3, p.556-571, 2010.

SOARES, Antônio Mateus de Carvalho. Composição da sociabilidade violenta no Brasil. Revista de C. Humanas, v. 14, n. 1, p. 175-190, 2014.

TELES, Fabiene Brito Mendes Programa Mulheres Mil: um olhar sobre a inserção das egressas no mundo do trabalho. 2015. 142 f. Dissertação (Mestrado em Educação Profissional) – Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional, Universidade de Brasília, Brasília.

VIGÁRIO, Carolina Barbosa; PAULINO-PEREIRA, Fernando César. Violência contra a mulher: análise da identidade de mulheres que sofrem violência doméstica. Revista de Psicologia, v.5, n.2, p. 153-172, 2014.

WAISELFISZ, Júlio Jacobo. Mapa da Violência 2015- Homicídio de Mulheres no Brasil. 1ª Ed. Brasília/DF: Flacso/OPAS-OMS/ONU Mulheres/SPM, 2015.

Publicado

2020-10-22

Cómo citar

MIRANDA, Edna Lopes; LORETO, Maria das Dores Saraiva de; CARMO, Nilva Celestina do. O Programa Mulheres Mil no controle da violência contra a mulher: uma visão de seus executores. Latitude, Maceió-AL, Brasil, v. 14, n. 1, p. 120–135, 2020. DOI: 10.28998/lte.2020.n.1.10651. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/latitude/article/view/10651. Acesso em: 1 sep. 2024.

Número

Sección

Artigos

Artículos similares

<< < 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.