Anarquia sexual ou eros civilizado?
Novos parâmetros sexuais, família e monogamia entre homens gays evangélicos
Palabras clave:
Homossexualidade, Cristianismo, Protestantismo, Igrejas InclusivasResumen
O discurso fatalista de que estaríamos caminhando para um mundo sem regras cujos instintos mais primitivos estariam remodelando a vida nas sociedades contemporâneas é fortemente presente e bem diluído no tecido social. Tal narrativa é constantemente explorada por setores religiosos fundamentalistas, sobretudo quando utilizam-se do pânico moral em torno das questões atinentes ao campo das sexualidades dissidentes da norma heterossexual. A realidade tem apontado o inverso. No campo da moral sexual, sobretudo relacionado às minorias sexuais, o fenômeno das igrejas inclusivas indica uma clara evidência da reconfiguração de uma ética sexual, adaptada à realidade da população LGBTI+. O artigo tem por objetivo discutir, a partir de investigações realizadas através de pesquisas de campo, durante alguns anos em igrejas inclusivas da cidade de Maceió (AL), a reconfiguração da noção de “pecado da homossexualidade”, oriunda do discurso cristão hegemônico, assim como a importância destinada às noções de casamento monogâmico, fidelidade, códigos de santidade e pureza enquanto guias para a ação de LGBTI+ evangélicos nos espaços do templo e da sociedade como um todo. É possível apontar, em concordância com Gilles Lipovetsky, que o crescimento da autonomia individual não levou a decadência da vida coletiva. Tampouco o liberalismo cultural impulsionou uma sexualidade sem regras.
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