SOBRE A CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL DO SUJEITO DA SENTENÇA
Palavras-chave:
Sujeito. Concordância verbal. Passiva sintética. Sujeito indeterminado.Resumo
Neste artigo, parto da problematização apontada em Duarte (2009) referente à tradicional classificação do sujeito da sentença, que mistura critérios de diferentes naturezas e não apresenta, dessa forma, um sistema de classificação coerente, relacionando essa tradicional classificação à prescrição de usos da concordância verbal no português. Mais especificamente, discuto a tipologia do sujeito apresentada na gramática normativa de Almeida (2009), enfatizando as construções do tipo verbo+se, como aquelas em que a necessidade da existência da categoria de um “sujeito indeterminado” é crucial para o estabelecimento de normas prescritivas no uso da concordância verbal. Essas construções, tradicionalmente, podem dividir-se em dois tipos: aquelas denominadas de passiva sintética, com sujeito expresso, e aquelas em que o sujeito é indeterminado. A transitividade verbal (tal como é apresentada tradicionalmente) é fator crucial para a diferenciação desses dois tipos de construção, tendo em vista que verbos transitivos diretos entrariam na constituição de passivas sintéticas e verbos intransitivos e transitivos indiretos entrariam na constituição de sentenças com sujeito indeterminado. Em discussões como a apresentada em Borges Neto (2013), essa diferenciação se apresenta infundada. Assim, a necessidade de se propor a existência da categoria “sujeito indeterminado”, para se discutir o fenômeno da concordância verbal, é enfraquecida e, enquanto tipologia, instaura confusão de critérios.
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