Discurso e reconhecimento do outro
Habermas discute com Heidegger
DOI:
https://doi.org/10.28998/cirev.2025v12e117606Parole chiave:
razão discursiva, reconhecimento, Jürgen Habermas, Martin HeideggerAbstract
Neste artigo questiona de modo crítico a afirmação comum de que "não se deve discutir com fascista". Parte-se da noção de Habermas do discurso como agir comunicativo orientado para o entendimento racional. Nas suas notas para a fundamentação da ética do discurso, Habermas enfrenta a objeção do cético, e a sua recusa em participar da argumentação. Nas suas notas Habermas observa, com Apel, que o cético ao objetar está ele próprio em contradição performativa. Na sua fala na recepção do prêmio Kyoto Habermas expõe alguns acontecimentos como relacionados ao seu pensamento filosófico. Destaca a sua indignação com Heidegger, que republicou obras no pós-guerra sem qualquer advertência ao contexto de nazismo em que foram produzidas. Sua crítica foi para a esfera pública, onde expôs sua crítica. Habermas buscou e provocou discussão. Na sua obra naturalismo e religião Habermas destaca a relevância de aceitar os argumentos dos crentes a partir dos seus próprios pressupostos. Habermas advoga que no discurso não há necessidade de conversão da linguagem do crente para uma linguagem comum com o não crente. Isto faz parte do processo de reconhecimento do outro em sua dignidade e de sua inclusão na discussão política. Os pressupostos são apresentados como argumentos para o ponto de vista de que, nas sociedades democráticas e pluralistas, não cabe recusa ao discurso com o cético. No limite isto implica em discutir com qualquer interlocutor, incluindo céticos e fascistas.
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