Irrigação no Brasil - infraestrutura, legislação regulatória e endividamento externo
as relações entre Estado, empresários nacionais e estrangeiros (1964-1985)
DOI:
https://doi.org/10.28998/rchv15n29.2024.0009Palavras-chave:
irrigação, empresariado, revolução verdeResumo
Este artigo realiza uma análise histórica sobre a implantação e expansão da infraestrutura de regadio no Brasil durante o período da Ditadura Civil-Militar (1964-1985), conferindo ênfase às relações entre o capital nacional, internacional e o Estado. Para melhor exposição, dividimos o trabalho em três momentos: análise da atuação dos empreiteiros (a partir do Clube de Engenharia entendido como aparelho privado de hegemonia), durante os anos sessenta, junto aos militares para a configuração de uma legislação protecionista em torno do desenvolvimento infra estrutural do país; a influência de engenheiros-empresários, como Jaime Rotstein, e engenheiros-militares, como Afonso Lima, na elevação da irrigação como política nacional sob o paradigma da Revolução Verde, através do Programa Plurianual de Irrigação (PPI), na década de 1970; e a relação entre Estado, empresas nacionais (como a empresa Sondotécnica) e internacionais (como a empresa TAHAL) na promoção do regadio, a partir dos planos nacionais de desenvolvimento e do endividamento externo nas décadas de 1970 e 1980.
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