COLETTE NO BRASIL: TRADUÇÕES, PARATEXTOS E RECEPÇÃO (1937-2010)
Resumo
O presente trabalho é uma análise sobre A Vagabunda (ed. 1971), uma obra extremamente atual, que nos mostra a opressão sofrida por uma mulher que decidiu dar um basta em seu sofrimento como uma mulher casada e se tornar aquela a correr atrás do próprio sustento, a mudar de vida para que ela própria detivesse o poder de escolha. Este trabalho tem por objeto esquadrinhar e discutir a forma como a mulher era vista e retratada na obra A Vagabunda (ed. 1971), da autora francesa Gabrielle Sidonie Colette, além de apresentar as formas de paratextos presentes no livro, de acordo com os estudos realizados por Gérard Genette, precursor nas pesquisas sobre paratextos e intertextualidade, publicados na obra Paratextos editoriais (2009). Para fundamentar esta análise foram utilizados trabalhos já realizados sobre a autora e seus escritos, como MIRANDA (2015), MACHADO (2017), além de obras cinematográficas tanto baseadas em seus livros, Gigi (1958), Chéri (2010), como o filme Colette (2018) que mostra a história de vida de Colette. Através da análise foi possível identificar que a autora coloca a mulher como protagonista, não o casamento ou a figura do homens as personagens femininas na obra estão sempre em posição de destaque em relação às personagens masculinas, são retratadas como figuras de força e de apoio enquanto os homens são os “fracos”, seja fisicamente, em razão de uma doença, ou mesmo de uma personalidade fraca, como Maxime, namorado da personagem principal e que é sustentado por sua mãe, mulher forte, que administra os negócios da família com mãos de ferro.Downloads
Referências
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