RACISMO ESTRUTURAL BRASILEIRO: UM CRIME QUASE PERFEITO
Résumé
Assim como a ditadura brasileira, nas reflexões de Safatle e Teles (2015), caracterizo o racismo no Brasil como um crime perfeito: sem memória, explícito e que estrutura as relações sociais. Com origem no pior modelo de abolicionismo (as políticas de branqueamento e a exclusão social sistemática), disfarçado na valorização do processo de mestiçagem da população, o racismo estrutural apaga a oposição branquitude e negritude, desqualifica a militância, silencia o protagonismo da pessoa negra e o pior: mata. Defendo que a identidade étnica é determinada pelas relações de poder e a violência: o não branco é aquele que morre e o branco é aquele que pode matar. No entanto, o racismo é um crime QUASE perfeito. Ele só não é um crime perfeito porque, se é verdade que o racismo é uma máquina de morte, não é menos verdadeiro que o negro aprendeu como se tornar uma poderosa tecnologia de resistência.Téléchargements
Références
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo, Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador, SciELO-EDUFBA, 2008.
MARX, Anthony W. Making race and nation: A comparison of the United States, South Africa, and Brazil. Cambridge, Cambridge University Press, 1998.
MBEMBE, Achile. Necropolítica: Biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo, n-1 edições, 2018.
MOURA, Clóvis. Dialética radical do Brasil negro. São Paulo, Editora Anita, 1994.
SOVIK, Liv Rebecca. Aqui ninguém é branco. Rio de Janeiro, Aeroplano, 2009.
TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir Pinheiro. O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo, Boitempo Editorial, 2015.
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