RACISMO ESTRUTURAL BRASILEIRO: UM CRIME QUASE PERFEITO
Abstract
Assim como a ditadura brasileira, nas reflexões de Safatle e Teles (2015), caracterizo o racismo no Brasil como um crime perfeito: sem memória, explícito e que estrutura as relações sociais. Com origem no pior modelo de abolicionismo (as políticas de branqueamento e a exclusão social sistemática), disfarçado na valorização do processo de mestiçagem da população, o racismo estrutural apaga a oposição branquitude e negritude, desqualifica a militância, silencia o protagonismo da pessoa negra e o pior: mata. Defendo que a identidade étnica é determinada pelas relações de poder e a violência: o não branco é aquele que morre e o branco é aquele que pode matar. No entanto, o racismo é um crime QUASE perfeito. Ele só não é um crime perfeito porque, se é verdade que o racismo é uma máquina de morte, não é menos verdadeiro que o negro aprendeu como se tornar uma poderosa tecnologia de resistência.Downloads
Riferimenti bibliografici
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