O potencial de uma localidade para a oferta cultural e criativa e sua contribuição ao turismo: um método de avaliação
DOI:
https://doi.org/10.28998/ritur.V14.N2.A2024.pp105-133.18325Palavras-chave:
Oferta cultural e criativa, Turismo criativo, Cidades, Método, Modelo Prático-TeóricoResumo
No contexto contemporâneo em que mais da metade da população é urbana, as cidades assumem o protagonismo e são desafiadas a (re)descobrirem novos recursos a fim de atender as diferentes demandas da sociedade. Nesse contexto, a oferta cultural e criativa passa a ser entendida como recurso estratégico no âmbito econômico e, por meio das indústrias culturais e criativas e do turismo criativo, gera externalidades positivas promotoras de desenvolvimento sustentável local. Assim, evidencia-se a necessidade de identificar e valorizar as práticas que utilizam a cultura e a criatividade para agregar valor à cidade e que contribuam para a sua sustentabilidade. A partir desse entendimento, este estudo tem por objetivo elaborar um método a fim de compreender as potencialidades de uma localidade para a oferta de atividades culturais e criativas (ACCs), incluindo bens e serviços, com destaque ao turismo criativo. Para tanto, o estudo está assentado no método compreensivo weberiano, que propõe a construção de um modelo Tipo Ideal congregando todas as particularidades encontradas em fenômenos de mesma natureza, obtendo-se, portanto, um modelo abstrato e utópico, cujo principal objetivo é estabelecer um confronto com a realidade observada empiricamente. Dessa forma, a pesquisa de abordagem qualitativa, de tipo exploratório, adotou como procedimento metodológico a revisão teórica seguida da análise de conteúdo de 16 estudos aplicados que permitiram elencar os aspectos-chave necessários à construção do instrumento. Como resultado, obteve-se o Modelo Prático-Teórico (MPT) constituído por seis Dimensões (Humana, Econômica, Social, Cultural, Governança e Instrumental); 16 categorias de análise (Talento, Produção, Educação, Identidade e Pertencimento, Cultura, História e Memória, Resiliência, Relacional, Inteligência Coletiva e Gestão Pública, Meio Ambiente, Tecnologias, Infraestrutura e Recursos, Economia Digital, Emprego e Renda e Desenvolvimento), a partir das quais se elencou os indicadores e variáveis para a avaliação da localidade quanto as ACCs e sua relação com o turismo.
Downloads
Referências
AMABILE, T. M. Creativity in context: update to the social psychology of creativity. Boulder, CO: Westview, 1996.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Ed. rev. e ampl. São Paulo: Edições 70, 2016.
BELL, D. O Advento da sociedade pós-industrial. Cultrix. São Paulo, 1977.
BIERNACKI, P.; WALDORF, D. Snowball sampling: problems and techniques of chain referral sampling. Sociological Methods & Research, v.10, n.2, 1981, p.141-163.
BODEN, M. A. O que é criatividade. In: Boden, M. A. (org.). Dimensões da criatividade. Porto Alegre: Artmed, 1999.
CÉSAR, P. A. B. Turismo e desenvolvimento sustentável: Análise dos modelos de planejamento turístico. Caxias do Sul: Educs, 2011.
FLORIDA, R. A ascensão da classe criativa: e seu papel na transformação do trabalho, lazer, comunidade e cotidiano. Tradução de Ana Luiza Lopes. Porto Alegre: L&PM Editores, 2011.
FONSECA, A. C. Dá gosto ser do Ribeira [livro eletrônico]: plano estratégico de economia criativa. São Paulo: Garimpo de Soluções: Sebrae-SP, 2020.
GREFFE, X. Culture and Creativity. In: KAKIUCHI, E; GREFFE, X (ed.). Culture, Creativity and Cities. Suiyo-sha, 2015.
GRINELL, K. The value and social effects of culture. Cultural Affairs Administration, City of Gothenburg Report,,2020.
HESMONDHALGH, D.; PRATT, A. Cultural industries and cultural policy. International Journal of Cultural Policy, v. 11, n. 1, p. 1-14, 2005. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/251307492_Cultural_Industries_and_Cultural_Policy. Acesso em: 30 de junho de 2020.
HOWKINS, J. The creative economy: how people make money from ideas. London: Penguin, 2001.
JAMESON, F. Pós-modernismo – a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 2000.
LANDRY, C. The creative city: a toolkit for urban innovators. London: Comedia/Earthscan, 2008. https://charleslandry.com/themes/creative-cities-index/
LANDRY. C. Origens e futuros da cidade criativa. São Paulo: SESI-SP, 2013.
MATEUS, A. (Coord.). O Sector cultural e Criativo em Portugal. Estudo para o Ministério da Cultura. Lisboa: Augusto Mateus & Associados, 2010. In www.gepac.gov.pt/. Acesso em 18 de Janeiro de 2019.
POTTS, J.; CUNNINGHAM, S.; HARTLEY, J. Social network markets: a new definition of the creative industries. J Cult Econ 32, 167–185 (2008). https://doi.org/10.1007/s10824-008-9066-y.
REIS, A. C. F. Economia criativa: como estratégia de desenvolvimento: uma visão dos países em desenvolvimento. São Paulo: Itaú Cultural, 2008. Acesso em: 16 set. 2019 de: http://www.culturaypolitica.com.php5-4.ord1
RICHARDS, G.; RAYMOND, C. Creative tourism. Atlas News, n.23, p.16-20, 2000.
RICHARDS, G. . Creative Tourism Trend Report. V.1. Atlas: Netherlands, 2015.
RICHARDS, G.; WILSON, J. Desenvolvendo a criatividade nas experiências turísticas: uma solução para a reprodução serial da cultura? Gestão de Turismo , 27 ( 6 ), pp. 1209 – 1223, 2006.
RICHARDS, G. Designing creative places: The role of creative tourism. Annals of Tourism Research, Volume 85, November 2020.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica, tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002.
SCRUTON, R. Cultura moderna. Lisboa: Edições 70, 2020.
STERNBERG, R. J.; Kaufman, J.C. (Ed.) Cambridge Handbook of creativity. New York: Cambridge University Press, 2010.
UN -United Nations. A/RES/71/256* New Urban Agenda. Habitat III, Quito, Ecuador, on 20 October 2016. Disponível em: https://uploads.habitat3.org/hb3/NUA-English.pdf. Acesso 25 de março 2020.
UNCTAD. United Nations Conference on Trade and Development. Creative Economy: A Feasible Development Option. Geneva: UNCTAD, 2010. Disponível em: < http://unctad.org/es/Docs/ditctab20103_ en.pdf >. Acesso em: 22 out. 2014.
UNESCO. Moving forward the 2030. Agenda for Sustainable Development, 2015. Disponível em: http://en.unesco.org/sdgs. Acesso em: 5 de jun. 2019.VEAL, A. J. Metodologia de Pesquisa em Lazer e Turismo. São Paulo: Aleph, 2011.
VIAÑA, M. D. C. G. (2014). Cabios em la vocación del território: estúdio de três enclave porteños: Avenida de Mayo, La Boca y Barrio Chino. 2014. Tese doutorado (Faculdade Geografia y História) Universidaded Complutense de Madrid, Madrid, 2014.
WEBER, M. Metodologia das Ciências Socias. São Paulo: Cortez; Campinas – SP: editora da Unicamp, 2016.
WILSON, B. Metrópolis. Uma história de la ciudad, em mayor invento de la humanidade. Barcelona: Penguin House Grupo Editorial, 2022.
YIN, R.K. Estudo de Caso: planejamento e método. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 RITUR - Revista Iberoamericana de Turismo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Os Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de publicação simultaneamente disponibilizada de acordo com uma Licença Creative Commons 4.0 Brasil, permitindo o compartilhamento sem fins lucrativos de sua obra pelo seu uso/citação de modo referenciado (com reconhecimento da autoria e publicação nesta revista).