Sociedade de marcação: Corpo, conhecimento e experiência na infância Capuxu

Auteurs-es

  • Emilene Leite Sousa UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO/UFMA

DOI :

https://doi.org/10.28998/lte.2016.n.2.2580

Mots-clés :

conhecimento, corpo, pessoa, experiência, trabalho

Résumé

Neste artigo busco analisar o conhecimento e os processos nativos de aprendizagem na infância Capuxu que contribuem para produzir o corpo e a pessoa. O povo Capuxu é um grupo camponês endogâmico do sertão da Paraíba. A aprendizagem Capuxu está fortemente associada a aprendizagem para o trabalho, seja ele no roçado ou no âmbito da casa, afora a aprendizagem escolar. Neste sentido o corpo da criança é produzido pelo e para o trabalho e os modos de conhecer passam inevitavelmente pelos sentidos e pela experiência. Neste caso, conhecer é saber-fazer e do saber-fazer camponês dependem o ethos e a identidade Capuxu. Assim, o conhecimento é adquirido através da experiência e esta é vivenciada pelo corpo, transformando a comunidade Capuxu numa sociedade de marcação (Clastres, 2003) uma vez que a condição camponesa se inscreve no corpo através de processos próprios de aprendizagem e trabalho. Com base nisso é que compus uma etnografia da construção do conhecimento por meio do corpo e da experiência com o trabalho na infância entre o povo Capuxu, para quem o corpo é o lugar onde o saber torna-se um fazer.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Emilene Leite Sousa, UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO/UFMA

Mestre em Sociologia/UFPB

Doutora em Antropologia Soccial/UFSC

Professora Adjunta da UFMA

Curso de Jornalismo

Références

BARTH, Fredrik. Ritual and Knowledge among the Baktaman of New Guinea. New Haven: Yale University Press, 1975.

_____________. Cosmologies in the making. Cambridge University Press, 1987.

_____________. “Other knowledge and other ways of knowing” In Journal of Anthropological Research, vol.51, 1995, p.65-68.

____________. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Tomke Lask. (Org.) Rio de Janeiro: Contracapa, 2000.

BATESON, Gregory. Steps to an ecology of mind: collected essays in anthropology, psychiatry, evolution and epistemology. Londres, 1972.

CÂNDIDO, Antônio. Os Parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida. 10ed. São Paulo: Editora 34, 2003.

CLASTRES, Pierre. A Sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

COHEN, Emma. “Anthropology of knowledge”. In: Journal of the Royal Anthropological Institute, 16(1):193-202, 2010.

COHN, Clarice. Crescendo como um Xikrin: uma análise da infância e do desenvolvimento infantil entre os Kayapó-Xikrin do Bacajá. In: Revista de Antropologia. São Paulo: USP, vol.43, n° 2, pp. 195-222, 2000.

CUNHA, Euclides da. Os Sertões. In SANTIAGO, Silviano. Intérpretes do Brasil: volume 1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2a ed., 1994.

EVANS-PRITCHARD, E. E. Os Nuer. São Paulo: Editora Perspectiva (Coleção Estudos), 2002.

FUKUI Lia. F. G. Sertão e Bairro Rural: Parentesco e Família entre Sitiantes Tradicionais. São Paulo, Editora Ática, 1979.

HEREDIA, Beatriz M. Alásia de. A morada da vida: trabalho familiar de pequenos produtores do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

INGOLD, Tim. “Culture, Nature, Environment: Steps to an Ecology of Life”, In: The Perception of the Environment: Essays on Livelihood, Dwelling and Skill, London: Routledge, pp. 13-26/420-421, 2000.

LASMAR, Cristiane. Conhecer para transformar: os índios do rio Uaupés (Alto Rio Negro) e a educação escolar. Tellus, ano 9, n. 16, p. 11-33, jan./jun., 2009.

MAUSS, Marcel. (1969). Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

SOUSA, Emilene Leite de. Umbigos enterrados: corpo, pessoa e identidade Capuxu através da infância. Tese de doutorado em Antropologia Social. Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC, Florianópolis, SC, 2014.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Perspectivismo e Multinaturalismo na américa indígena. In: A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

WOORTMANN, E.; WOORTMANN, K.; O trabalho da terra: a lógica e a simbólica da lavoura camponesa. Brasília: Ed. UNB, 1997.

Téléchargements

Publié-e

2018-05-14

Comment citer

SOUSA, Emilene Leite. Sociedade de marcação: Corpo, conhecimento e experiência na infância Capuxu. Latitude, Maceió-AL, Brasil, v. 10, n. 2, 2018. DOI: 10.28998/lte.2016.n.2.2580. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/latitude/article/view/2580. Acesso em: 1 sept. 2024.

Numéro

Rubrique

Dossiê "Ser criança no Brasil de hoje: (re)invenções da infância

Articles similaires

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 > >> 

Vous pouvez également Lancer une recherche avancée d’articles similaires à cet article.