Dandara do Sisal em movimento contra o racismo: Serrinha/Ba

Autori

  • Acácia Batista Dias Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Vitoria Carmo dos Santos Universidade Estadual de Feira de Santana

DOI:

https://doi.org/10.28998/lte.2019.n.1.9607

Parole chiave:

Movimento de Mulheres Negras, Território do Sisal, Racismo, Gênero, Raça.

Abstract

Este artigo versa sobre a organização feminina negra Movimento de Mulheres Negras Dandara do Sisal (MMNDS), atuante no Território do Sisal, situado no estado da Bahia. A subjugação pela raça e gênero da mulher negra no país impulsionou a criação do movimento Dandara do Sisal, a partir de outras organizações negras mistas do município de Serrinha/BA, a fim de lutar contra o racismo e o machismo que atingem as suas atrizes sociais e outras mulheres negras. As participantes relatam o processo de organização e formação para o enfrentamento da discriminação. As pautas de reivindicação por direitos e melhores condições de vida para elas e para a população negra, também integram a atuação do movimento no combate ao racismo no Território do Sisal. Adota-se o caminho metodológico qualitativo, cujos dados foram produzidos através de entrevistas semiestruturadas e observação participante das atividades e ações do movimento.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Biografie autore

Acácia Batista Dias, Universidade Estadual de Feira de Santana

Possui graduação em Ciências Sociais - Bacharelado pela Universidade Federal da Bahia (1991), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal da Bahia (1996) e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2005). É professora adjunto da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Tem experiência na área de Sociologia, atuando como pesquisadora nas temáticas de gênero, família, sexualidade, juventude, violência. Desenvolve também atividades de pesquisa nas áreas de tecnologia sociais e indicações geográficas. Atuou na equipe do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da UEFS. É docente do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial: Mestrado Profissional.

Vitoria Carmo dos Santos, Universidade Estadual de Feira de Santana

Bacharel em Psicologia pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), em 2019. Pós-graduanda em Gestão de Pessoas e Psicologia Organizacional pelo Centro Universitário UniFTC Feira de Santana.

Riferimenti bibliografici

ACOSTA, Alberto. O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. Editora Elefante, 2016.

ALMEIDA, Silvio. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.

ASSIS, Jussara. Interseccionalidade, racismo institucional e direitos humanos: compreensões à violência obstétrica. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 133, p. 547-565, 2018.

BENTO, Maria Aparecida.; BEGHIN, Nathalie. Juventude negra e exclusão radical. Políticas Sociais - Acompanhamento e Análise. n. 11, p. 194-197, 2005.

BRASIL. CASA CIVIL. Decreto n° 4.887, de 20 de novembro de 2003: Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm. Acesso em: 15 jun. 2019.

________. ________. Lei n°10.639, de 9 de janeiro de 2003: Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 15 jun. 2019.

BRASIL. FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES. Certidões expedidas às comunidades remanescentes de quilombos (CRQs) atualizada até a portaria nº 138/2019, publicada no dou de 02/08/2019. 2019. Disponível em: http://www.palmares.gov.br/wp-content/uploads/2015/07/certificadas-02-08-2019.pdf. Acesso em: 04 jan. 2020.

CARDOSO, Cláudia Pons. Amefricanizando o feminismo: o pensamento de Lélia Gonzalez. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 22, n. 3, p. 965-986, 2014.

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: ASHOKA EMPREENDIMENTOS SOCIAIS; TAKANO CIDADANIA (orgs.). Racismos contemporâneos. Rio de Janeiro: Takano Editora, 2003a. p. 49-58.

________. Mulheres em movimento. Estud. Av., São Paulo, v. 17, n. 49, p. 117-133, 2003b.

________. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (CFP). Relações Raciais: Referências Técnicas para atuação de psicólogas/os. Brasília: CFP, 2017.

CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 171-188, 2002.

FONTANELLA, Bruno; RICAS, Janete; TURATO, Egberto. Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: contribuições teóricas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 17-27, 2008.

GARCIA, Antônia. Movimentos Sociais: suas territorialidades e temporalidades. In:______. Mulheres da cidade d’ Oxum: relações de gênero, raça e classe e organização espacial do movimento de bairro em Salvador. Salvador: EDUFBA, 2006, 117-156 p.

GOIZ, Juliana. Das teorias racialistas ao genocídio da juventude negra no Brasil contemporâneo: algumas reflexões sobre um país nada cordial. Aedos, Porto Alegre, v. 8, n. 19, p. 108-127, 2016.

GONZALEZ, Lélia. O papel da mulher negra na sociedade brasileira. Rio de Janeiro: PUC, 1979. Mimeografado.

HASENBALG, Carlos. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

________; SILVA, Nelson. Raça e oportunidades educacionais no Brasil. Fundação Carlos Chagas (SP), Cadernos de Pesquisa, n. 73, maio 1987.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA; FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA (orgs.). Atlas da Violência 2019. Brasília: Rio de Janeiro: São Paulo: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019.

LEMOS, Rosalia. O Feminismo Negro em construção: a organização das mulheres negras no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. UFRJ – Mestrado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social, 1997.

LUDKE, Menga; ANDRÉ, Μarli. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, EPU, 1986.

LUSA, Mailiz. Relações de gênero no campo: a superação dos papéis tradicionais como desafio à proteção social básica e o papel dos assistentes sociais. Gênero, Niterói, v.13, n.1, p. 93-107, 2012.

MARCONDES, Mariana et al. (orgs.). Dossiê mulheres negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil. Brasília: IPEA, 2013.160 p.

MATTOS, Geísa. Flagrantes de racismo: imagens da violência policial e as conexões entre o ativismo no Brasil e nos Estados Unidos. Revista de Ciências Sociais, Fortaleza, v.48, n. 2, p.185-217, 2017.

MOREIRA, Núbia. A organização das feministas negras no Brasil. Vitória da Conquista: Edições UESB, 2018.

MOREIRA, Ozileide. “Lugar de mulher é onde ela quiser”: o protagonismo de lideranças femininas no Território do Sisal - Bahia. Feira de Santana. UEFS – Mestrado Profissional, Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial – PLANTERR, 2017.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra S/A, 1978.

OLIVEIRA, Maria Luísa.; MENEGHEL, Stela; BERNARDES, Jefferson. Modos de subjetivação de mulheres negras: efeitos da discriminação racial. Psicol. Soc., Florianópolis, v. 21, n. 2, p. 266-274, 2009.

PINTO, Céli. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003.

PIRES, Silvana. A atuação da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais no contexto das políticas de segurança alimentar e a constituição de novas territorialidades em Santaluz – Bahia. Feira de Santana. UEFS – Mestrado Profissional, Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial – PLANTERR, 2016.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte (MG): Letramento: Justificando, 2017.

SANTOS, Edinusia. Associativismo e desenvolvimento: o caso da região sisaleira da Bahia. Feira de Santana/BA: UEFS Editora, 2010.

SANTOS, Elisabete; DIOGO, Maria Fernanda; SCHUCMAN, Lia. Entre o não lugar e o protagonismo: articulações teóricas entre trabalho, gênero e raça. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, vol. 17, n. 1, p.17-32, 2014.

SARAIVA, Adriana. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. População chega a 205,5 milhões, com menos brancos e mais pardos e pretos. 2017. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/18282-pnad-c-moradores.html. Acesso em: 15 jun. 2019.

SCHUCMAN, Lia.; MANDELBAUM, Belinda; FACHIM, Felipe. Minha mãe pintou meu pai de branco: afetos e negação da raça em famílias interraciais. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, v. 51, n. 2, p. 439-455, dez. 2017.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO. Recomendações para o funcionamento dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) do estado de São Paulo. Rev. Saúde Pública, v.43, n.2, p.383- 386, 2009.

SILVA, Filipe. O Território do Sisal. In: ORTEGA, Antonio.; PIRES, Murilo (orgs.). As políticas territoriais rurais e a articulação governo federal e estadual: um estudo de caso da Bahia. Brasília: IPEA, 2016. p. 151-183.

SISTEMA DE INFORMAÇÕES TERRITORIAIS (SIT). MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Caderno Territorial do Sisal-BA. 2015. Disponível em: http://sit.mda.gov.br/download/caderno/caderno_territorial_043_Do%20Sisal%20-%20BA.pdf. Acesso em: 15 jun. 2019.

SOARES, Sergei. O perfil da discriminação no mercado de trabalho: homens negros, mulheres brancas e mulheres negras. Brasília: IPEA, 2000.

TESSER, Charles et al. Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Revista Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, v. 10, n. 35, p.1-12, 2015.

TOKITA, Márcia. Mulheres Negras.V Simpósio Internacional Lutas Sociais na América Latina, p. 120-134, 2013.

WAISELFISZ, Julio. Mapa da Violência 2014: os jovens do Brasil. Brasília, 2014.

Pubblicato

2020-06-15

Come citare

BATISTA DIAS, Acácia; CARMO DOS SANTOS, Vitoria. Dandara do Sisal em movimento contra o racismo: Serrinha/Ba. Latitude, Maceió-AL, Brasil, v. 13, n. 1, p. 105–131, 2020. DOI: 10.28998/lte.2019.n.1.9607. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/latitude/article/view/9607. Acesso em: 24 nov. 2024.

Fascicolo

Sezione

Artigos

Articoli simili

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 > >> 

Puoi anche Iniziare una ricerca avanzata di similarità per questo articolo.