AS RELAÇÕES COESIVAS NA CRÔNICA DE MARINA COLASANTI, EU SEI, MAS NÃO DEVIA:
UMA ANÁLISE DOS EFEITOS DE SENTIDOS NA PERSPECTIVA DA LINGUÍSTICA TEXTUAL
Palavras-chave:
Texto, Coesão, Coerência, Efeitos de SentidoResumo
A partir das leituras de autores representantes da Linguística Textual, como Antunes (2005, 2010), Faraco e Vieira (2019), Pauliukonis e Cavalcante (2018), Garantizado Jr. e Cavalcante (2016) e Cavalcante et al. (2019), o presente trabalho pretende descrever os recursos e procedimentos coesivos presentes na crônica de Marina Colasanti, Eu sei, mas não devia, além de analisar os efeitos de sentidos produzidos no texto. Para tanto, são apresentados, como aporte teórico, o conceito de texto e as propriedades da textualidade, com especial destaque para as relações, recursos e procedimentos da coesão. Na etapa de análise da crônica, são identificadas as relações de reiteração, associação e conexão, e os recursos de cada uma delas, como a paráfrase, o paralelismo, a repetição, as substituições gramaticais, lexicais ou por elipse, o recurso da seleção lexical e dos conectores. Os resultados mostram a presença das relações de reiteração, conexão e associação semântica, com predomínio dos recursos da repetição literal, paralelismo e elipse, podendo sugerir que a autora tenha intencionado o efeito de circularidade nos hábitos cotidianos, de banalização da vida. É possível perceber a progressão das ideias por meio da mobilização de diferentes campos semânticos, ao mesmo tempo em que os recursos da repetição literal e do paralelismo garantem a continuidade temática. Tentou-se aqui tornar evidente a complexidade dos recursos coesivos no texto, mas também evidenciar a possibilidade de estudo do texto para além de categorizações gramaticais, pensando em seus efeitos de sentidos, estéticos e retóricos.
Downloads
Referências
ANTUNES, Irandé. Lutar com Palavras. São Paulo: Editora Parábola, 2005. 199p.
ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
CASTRO, Ângela Cristina Rodrigues de. Eu sei, mas não devia: resistência e resiliência na crônica de Marina Colasanti. Revista Linguasagem, São Carlos – SP, v. 37, n. 1, p. 1-12, jan, 2021.
CAVALCANTE, Mônica M; BRITO, Mariza A. P; CUSTÓDIO FILHO, Valdinar; CORTEZ, Suzana L; SOUSA PINTO, Rosalice B. W; PINHEIRO, Clemilton L. O texto e suas propriedades: definindo perspectivas para análise. Revista (Con)Textos Linguísticos, Vitória-ES, v. 13, n. 25, p. 25-39, out. 2019.
COLASANTI, Marina. Eu sei, mas não devia. Jornal do Brasil: Revista de Domingo, Rio de Janeiro, n. 157, 24 Set.1972, p. 10. Disponível em: < http://bndigital.bn.br/hemeroteca-digital > Acesso em: 26/02/2023.
COLASANTI, Marina. Raízes e Literatura. [São Paulo – SP]: SESC, 2018. 1 vídeo (72 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4fivDjs4z28. Acesso em: 10 de dezembro de 2022.
FARACO, Carlos Alberto; VIEIRA, Francisco Eduardo. Escrever na Universidade: Texto e Discurso. Unidade 8: Garantindo a Coesão. São Paulo: Editora Parábola, 2019. 216p.
GARANTIZADO JR, José Olavo da S; CAVALCANTE, Mônica M. Coerência/coesão: uma nova forma de olhar os elos coesivos. Caderno Seminal Digital, Rio de Janeiro – RJ, ano 22, n° 26, v. 1, p. 126-153, jul.-dez. 2016.
PAULIUKONIS, Maria Aparecida Lino; CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Texto e Ensino. Natal: SEDIS-UFRN, 2018.
SANTOS, Heloísa H. de O. Revista do Domingo: Jornal do Brasil, Páginas Femininas e Moda. In: XXVI Simpósio Nacional de História –ANPUH, São Paulo, Anais [...], São Paulo: Associação Nacional de História, 2011. p. 1-11.
SPANNENBERG, Ana C. M; BARROS, Cindhi V. B. Do impresso ao digital: a história do Jornal do Brasil. Revista Observatório, Palmas - TO, v. 2, n. Especial 1, p.230-250, maio. 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution [ESPECIFICAR TEMPO AQUI] após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).