O juiz criminal na (defesa da) formação econômica capitalista
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202376.235-249Resumo
Este trabalho, com método e perspectiva discursiva materialista, atrelado aos princípios e procedimentos (Orlandi, 2015) da Análise de Discurso pecheuxtiana (abordagem qualitativa interpretativista), em diálogo com a teoria do interacionismo simbólico e crítica sociológica antiprisional, incumbe-se de abordar os processos de subjetivação atrelados ao percurso de identificação-reconhecimento do juiz criminal. Considerando a ligação material entre ideologia e inconsciente, almeja-se abordar como essa conexão tende a reverberar no enfrentamento (desde esse lugar de juiz) à deslegitimação jurídica da crítica criminológica-sociológica. O artigo incumbe-se de estabelecer conexões capazes de provocar um aprofundamento na construção do eu do juiz criminal, notando que o desenvolvimento desse eu (falso sujeito), para cumprir seu papel burocrático no sistema capitalista, acompanha a necessidade de fantasias protetivas desse lugar, sem as quais, seria insuportável para seus ocupantes sobreviver e atuar diariamente, repudiando o lugar ocupado.