ESG como a nova cara do capitalismo
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202376.79-94Resumo
Ante certa força designada "o imperativo das questões ambientais", apresenta-se uma diretiva caucionada na metáfora "a nova cara do capitalismo", em circulação na sociedade de mercado desde o início dos anos 2000. A essa metáfora é atribuída a identidade dada pela sigla ESG (Environmental, Social and Governance, em inglês). A partir dessa conjuntura significativa do modo de produção dominante mundialmente, objetivamos compreender, neste trabalho, como o capitalismo é significado na e pela formação discursiva ESG, considerando a articulação discursiva entre capitalismo e sustentabilidade uma de suas bases fundantes. Para tanto, inscrevemos esse questionamento no quadro teórico-metodológico da Análise de Discurso, buscando tornar legível/visível como a referida articulação deriva em outras articulações e latitudes discursivas, por meio das quais torna-se possível a suspensão da evidência segundo a qual o capitalismo funcionaria diferentemente ao absorver tal articulação. Esse questionamento ganha contornos pela análise de recortes produzidos sobre o número especial da MIT Technology Review e da seção do Blog Nubank, ambos dedicados a textualizar a discursividade ESG, e, em decorrência disso, a (re)atualizar a contradição entre o fundamento do capitalismo (a obtenção do resultado/lucro a todo custo) e a sustentabilidade da vida social e ambiental.