Lendo jogos e jogando livros: o jogar videogame como atividade textual-discursiva
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202274.13-28Resumo
Este trabalho busca mostrar como sentidos e valores são construídos na atividade do jogar videogame, consolidando-a como textual-discursiva, que não é definida apenas pelo seu conteúdo ou interação. A partir de uma discussão do objeto jogo (JUUL, 2005; STENROS, 2017) e da atividade jogar (HUNICKE; LEBLANC; ZUBEK, 2004; JUEL LARSEN; WALTHER, 2020), além da distinção entre eles, elaboramos que o jogar se configura como tal quando jogadores se engajam com o jogo na sua estrutura rizomática, de forma a construir sentidos por meio dele (MUKHERJEE, 2015). Ademais, o jogo pode veicular sentidos através da retórica procedimental (BOGOST, 2007). Nessa perspectiva, trazemos dois exemplos de como o videogame e seu jogar são capazes de empreender sentidos sobre exploração imobiliária e uso de força letal, respectivamente. Defendemos que, ao entendermos o jogar como veículo de argumentação realizada visual e interativamente, podemos fomentar jogadores mais críticos e capazes de agir no mundo.