Os porta-vozes do destino:
caracterização do trabalho dos guias de turismo no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.28998/10.28998/RITURritur.V14.N1.A17102pp.49-7117102Palavras-chave:
Guia de turismo, Trabalho no turismo, Condições de trabalho, BrasilResumo
O mundo do trabalho tem passado por profundas transformações, tornando-se mais intenso, flexível e precário, observa-se a retirada de direitos trabalhistas, o aumento da terceirização e da informalidade, a redução dos salários, a ampliação e flexibilização das jornadas, o enfraquecimento das ações sindicais e a valorização da ideologia do empreendedorismo. Os trabalhadores do turismo também foram afetados por essas metamorfoses, entre eles, os guias de turismo, a primeira e única profissão reconhecida e regulamentada do setor, no Brasil. Os guias de turismo são os profissionais que orientam, acompanham e transmitem informações aos turistas, proporcionam conhecimentos sobre a cultura local e sobre os atrativos. Atuam na mediação entre turistas, comunidade receptiva e empresas, contribuindo para a qualidade dos serviços e para a preservação da identidade e dos valores do destino. Contudo, pouco se sabe sobre o perfil do trabalhador e as dimensões e condições do trabalho. Por isso, objetivou-se caracterizar o trabalho do guia de turismo no Brasil e, especificamente, analisar a qualidade e as condições de sua atuação, identificando as principais manifestações de precariedade. A metodologia abrangeu pesquisa bibliográfica e documental, aplicação de questionários e entrevistas. Os resultados indicam que o trabalho do guia de turismo difere das outras ACTs, especialmente, no que tange às questões de faixa etária e escolaridade; assemelhando-se em função das longas jornadas, baixos rendimentos, alta informalidade e estímulo à pejotização. Ao entender essas características, conclui-se que, apesar de ser uma profissão reconhecida e regulamentada, apresenta condições precárias, principalmente, diante das longas jornadas e da alta informalidade, que deixa os trabalhadores desassistidos dos direitos trabalhistas. Por fim, relevam-se novas problemáticas, portanto, é imperativo que se fomentem outras discussões sobre as condições de trabalho dos guias de turismo, ao mesmo tempo, em que se estimule a organização coletiva da classe, para o combate à precarização do trabalho.
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