O centro histórico de Lisboa enquanto ecomuseu: construindo pontes entre os turistas, os locais e o património
DOI:
https://doi.org/10.28998/10.28998/RITURritur.V7.N0.A4176pp.114-1364176Palavras-chave:
Centro Histórico de Lisboa, património, turismo, ecomuseu.Resumo
A turismofobia ainda não chegou a Lisboa, pelo menos com a violência que tem atingido outras cidades como Barcelona ou Veneza. Contudo, no seio da sociedade local do Centro Histórico de Lisboa (CHL), o conceito de gentrificação já se tornou moda no vocabulário do senso comum. Este facto deve-se aos inúmeros hostéis, hotéis, e outras entidades ao serviço do turismo, que abrem frequentemente nas freguesias da zona histórica da cidade, bem como à sua procura por gente famosa, acusada de espoliar antigos habitantes das suas residências. É gente maioritariamente idosa e detentora de parcos rendimentos, impossibilitada de comprar ou de pagar rendas cada vez mais elevadas. Contudo, o crescimento do turismo, com particular incidência na zona histórica de Lisboa, tem-se revestido de aspetos positivos, quer qualitativos, quer quantitativos. Na verdade, tratava-se de uma zona degradada e abandonada, povoada por edifícios históricos em ruina e em risco de perda irreversível. Muitos desses prédios tornaram-se locais de toxicodependência e passaram a ser habitados e frequentados por toxicodependentes. Graças ao interesse que o CHL tem despertado junto de turistas, ele atualmente está sendo recuperado massivamente. Mas, os encontros entre os diversos atores sociais que passaram a frequentar o espaço, não está isento de conflitos. Apresentamos, por isso, a aplicação do conceito de Ecomuseu ao CHL como uma estratégia que serviria para uma partilha frutífera de experiências entre todos eles, evitando-se dessa forma, a emergência de tensões. Ao mesmo tempo, apresentamos uma visão crítica sobre conceitos como tradição e autenticidade, tantas vezes mal entendidos.
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