O campo léxico da “corrupção” em editoriais jornalísticos: uma interface linguístico-cultural
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202273.90-106Resumo
Este trabalho analisa, sob as perspectivas da Teoria Lexical e da Antropologia Linguística, em que medida unidades léxicas veiculadas em editoriais jornalísticos, alusivas à temática ‘corrupção’ e organizadas em campo léxico, espelham aspectos da relação léxico, língua e cultura. Como referencial teórico adotaram-se autores como Sapir (1961), Coseriu (1977); Biderman (1987); Laraia (1986) e Duranti (2000), que tratam, respectivamente, sobre Etnolinguística, Linguística, Lexicologia; Antropologia Cultural e Antropologia Linguística. Para desenvolvimento do estudo, foi traçado o seguinte percurso metodológico: primeiramente, definição da fonte e do corpus, seguida da consulta a jornais brasileiros, com levantamento dos dados sobre o campo léxico “corrupção”. Na sequência, os dados foram quantificados e organizados para posterior análise sob a ótica da Teoria Lexical e da Antropologia Linguística. O universo de dados registrados reuniu unidades léxicas como investigar, desviar, transparência, moral, combate, votação, investigação, recurso, imposto, entre outras. Pela análise realizada, depreende-se que unidades léxicas complexas como poder público, saúde pública, patrimônio público, interesse público e dinheiro público denotam a mudança de perspectiva das ações de corrupção que, anteriormente, assumiam um papel mais individualizado. O trabalho contemplou, além de aspectos linguísticos, dimensão extralinguística, à medida que elementos da vida social e, sobretudo, da cultura foram também considerados.