Materialidade Digital na Educação: uma das formas materiais do capitalismo contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202377.79-92Resumo
No presente artigo, questionamos como se dá e do que se trata ensinar língua na escola a partir dos atravessamentos operados pela materialidade digital e buscamos compreender a inscrição do professor nesses espaços. Ademais, entendemos que a resposta a esses questionamentos toca a questão da autoria do professor e de sua relação com a manutenção e/ou a (re)construção de um arquivo de coisas-a-saber sobre língua na escola, bem como os modos de leitura de arquivo. Entendemos a inserção da materialidade digital na educação, e o modo como isso vem se dando, como uma das formas materiais do capitalismo contemporâneo. Neste artigo temos por objetivo analisar o funcionamento discursivo do ensino de língua nos espaços enunciativos informatizados na conjuntura do ensino remoto catarinense, debruçando-nos, mais especificamente, sobre os espaços legitimados pela chancela institucional (o Google Classroom) em comparação àqueles não legitimados (como o Instagram), ancoradas na perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso. Nosso corpus de análise foi produzido na conjuntura da pandemia, pois consideramos que o acontecimento histórico da pandemia de Covid-19 leva a novos modos de discursivização e de subjetivação. A partir desse acontecimento, impôs-se a necessidade de isolamento social e a reconfiguração da educação em um funcionamento remoto.