Da linguagem de uma aventura à aventura da linguagem: estratégias de transmissão da memória em A resistência, de Julián Fuks

Auteurs-es

  • Luiz Siqueira Universidade Federal de Goiás
  • Maria Aparecida Rodrigues Pontifícia Universidade Católica de Goiás

DOI :

https://doi.org/10.28998/2317-9945.202480.157-172

Résumé

O presente estudo se propõe a desenvolver algumas reflexões sobre as estratégias de transmissão da memória em A resistência, de Júlian Fuks. Para tanto, recorremos à concepção de memória de Candau (2016) e aos pressupostos teóricos de Hutcheon (1984), Lepaludier (2002) e Rodrigues (2015), entre outros. Em A resistência, a partir da invocação da memória familiar, o narrador transita entre afirmar a obra que escreve como ficção e marcá-la de autorreferencialidades. Entre uma coisa e outra, o processo de confecção literária torna-se visível. Portanto, nota-se neste romance de Fuks a recorrência a duas estratégias literárias que viabilizam a transmissão da memória e que se encontram intimamente relacionadas: a auto e a metaficção.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur-e

Luiz Siqueira, Universidade Federal de Goiás

Doutorando em Estudos Literários no Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Goiás (PPGLL/UFG). É graduado em Comunicação social - Bacharelado em Publicidade e Propaganda, pela Universidade Federal de Goiás (FIC/UFG), e Mestre em Comunicação, na linha de pesquisa Mídia e Cultura, pela mesma instituição (PPGCOM/UFG). Tem experiência em audiovisual, com ênfase em TV nas funções de redação, produção e edição de vídeo, em assessoria de comunicação e em editoração de livros e periódicos. Suas áreas de atuação acadêmica predominantes são Publicidade, Teoria da Imagem, Teoria e Crítica literária e Literatura brasileira. E-mail: siq.luizc@gmail.com

Maria Aparecida Rodrigues, Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Possui Doutorado em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004) e dois Pós-Doutorados em Letras: pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2013) e pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2018). Graduada em Português e Literatura da Língua Portuguesa pela Universidade Católica de Goiás (1979). Mestre em Letras Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Goiás (1992). É professora adjunto da Universidade Católica de Goiás. Leciona na Graduação e no Mestrado em Letras: Literatura e Crítica Literária. Atualmente, centra suas pesquisas nas Teorias do Transestético e nas Artes do Hipermoderno. Ensaísta, Poeta e Ficcionista. Suas obras literárias são objetos de Dissertações e Teses em várias universidades brasileiras. Possui mais de 25 obras publicadas em livros e vários artigos científicos em Periódicos e/ou Revistas nacionais e internacionais. E-mail: mariacidarodrigues2013@gmail.com

Références

AZEVEDO, Luciene Almeida de. Autoficção e literatura contemporânea. Revista Brasileira de Literatura Comparada, Porto Alegre, n. 12, 2008. p. 31-49.

CANDAU, Joël. Memória e identidade. Tradução: Maria Letícia Ferreira. São Paulo: Contexto, 2016.

FARIA, Zênia de. A metaficção revisitada: uma introdução. Signótica, Goiânia, v. 24, n. 1, p. 237-251, jan./jun. 2012.

FUKS, Julián. A resistência. São Paulo: Companhia das letras, 2015. ebook Kindle.

FOWLES, John. A mulher do tenente francês. Tradução: Adalgisa Campos da Silva. Rio de janeiro: Objetiva, 2008.

HUTCHEON, Linda. Narcissistic narrative: the metaficcional paradox. New York, London: Methuen, 1984.

JULIÁN Fuks faz autoficção com narrativa confessional. Diário de Pernambuco, Literatura, 7 jun. 2017. Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/viver/2017/06/julian-fuks-faz-autoficcao-com-narrativa-confessional.html. Acesso em: 10 out. 2022.

LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à internet. Organização: Jovita Maria Gerheim Noronha; Tradução: Jovita Maria Gerheim Noronha; Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

LEPALUDIER, Laurent. Introduction. In: LEPALUDIER, Laurent (org.). Métatextualité et métafiction: Théorie et analyses. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2002a, p. 9-16.

LEPALUDIER, Laurent. Le fonctionnement de la métatextualité: procédés métatextuels et processos cognitifs. In: LEPALUDIER, Laurent (org.). Métatextualité et métafiction: Théorie et analyses. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2002b, p. 25-38.

MARTINS, Anna Faedrich. Autoficções: do conceito teórico à prática na literatura brasileira contemporânea. 252 f. 2014. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

NOGUEIRA, Luciana Persice. A autoficção de S. Doubrovsky e o registro da memória de si: obra em si bemol. In: XV ABRALIC, 2016, Rio de Janeiro. Experiências Literárias Textualidades Contemporâneas. Rio de Janeiro: ABRALIC, 2016. v. 1. p. 6150-6158.

RESENDE, Beatriz. A literatura brasileira na era da multiplicidade. In: RESENDE, Beatriz. Contemporâneos: expressões da literatura brasileira no século XXI. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2008. p. 15-40.

RODRIGUES, Maria Aparecida. As formas épicas de escrita do eu. Cidade: Editora, ano.

SIBILIA, Paula. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

Téléchargements

Publié-e

2024-04-20

Comment citer

SIQUEIRA, Luiz; RODRIGUES, Maria Aparecida. Da linguagem de uma aventura à aventura da linguagem: estratégias de transmissão da memória em A resistência, de Julián Fuks. Revista Leitura, [S. l.], n. 80, p. 157–172, 2024. DOI: 10.28998/2317-9945.202480.157-172. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/revistaleitura/article/view/15558. Acesso em: 19 déc. 2024.

Numéro

Rubrique

Estudos Literários