Paris, Texas, um corpo materno
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202171.45-59Abstract
Este trabalho propõe uma leitura do filme Paris, Texas, de Wim Wenders a partir do questionamento do estranhamento do protagonista do filme, Travis, diante da sua própria imagem refletida no espelho. O objetivo é relacionar a rejeição da própria imagem, pelo personagem, com sua tendência a se direcionar a locais sem paredes. Para isso, são analisados os conceitos de estádio do espelho, de Jacques Lacan, e de chora semiótica e abjeção de Julia Kristeva. É possível perceber que o protagonista se encontra em uma regressão a um estágio anterior ao eu especular, denominado, por Kristeva, como chora semiótica, em que há uma tendência de retorno ao corpo materno, o qual, no filme, é metonimizado por um lote vago comprado por Travis em Paris, Texas.