Jazigo perpétuo: o cemitério de Santo amaro no Recife como museu a céu aberto

Autores

  • Robson Xavier da Costa Universidade Federal da Paraíba/UFPB
  • Alynne Cavalcante Bezerra da Silva Universidade Federal de Pernambuco

Palavras-chave:

Artes Visuais, Turismo cemiterial, Arte tumular, Cemitério, Museu

Resumo

Apesar de diversos distanciamentos e aproximações entre os vivos e os mortos, os mistérios e mitos criados em torno da morte são tantos que acabaram sendo refletidos no local dos mortos, fato que confere, ainda na contemporaneidade, uma aura mista de tabus e receios a esses espaços. Pensar o cemitério para além da concretização dos rituais fúnebres e conferir-lhe potencial museológico e turístico, apesar de pouco debatido no Brasil, não é uma novidade. Com base em um diálogo bibliográfico entre autores que trabalham a temática da morte, dos cemitérios e suas aproximações com os espaços museológicos, espera-se sugerir caminhos para a compreensão do museu em seu campo ampliado e apontar os acercamentos entre a finalidade dos museus tradicionais e dos cemitérios secularizados, além de estudar as possibilidades da inclusão do Cemitério de Santo Amaro como destino de rotas turísticas específicas na cidade do Recife, que possam explorar o seu potencial histórico e artístico tumular, apontando para uma perspectiva de preservação da memória da morte e dos mortos na cidade. 

 

Biografia do Autor

Robson Xavier da Costa, Universidade Federal da Paraíba/UFPB

Doutor em Arquitetura pela Universidade Federal da Paraíba, Brasil. Professor da Universidade Federal da Paraíba, Brasil.

Alynne Cavalcante Bezerra da Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Mestranda em Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba/Universidade Federal de Pernambuco, Brasil.

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Publicado

2023-02-10

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