Humanizar a educação em química?

significados e espaços formativos

Autores

  • Roberto Dalmo Varallo Lima de Oliveira Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • Bruna Adriane Fary Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Alexandre Luiz Polizel Universidade Estadual de Londrina (UEL)

DOI:

https://doi.org/10.28998/2175-6600.2021v13nEsp2p150-170

Palavras-chave:

Educação em Direitos Humanos, Educação em Ciências, Formação de Professores, Humanização, Investigar a prática

Resumo

Este manuscrito busca responder ao questionamento: quais significados de humanidade emergem a partir das reflexões de licenciandos de Química? Para tal, a partir das interações que surgiram em uma aula da disciplina de Filosofia da Ciência para Química, realizamos uma pesquisa que envolveu a confecção de cartas. À luz da análise do discurso, de inspiração em Michel Foucault, estabelecemos quatro eixos de análises para as cartas: 1) “o humano como produção das Ciências”, 2) “a humanização como processo de sensibilização”, 3) “A humanidade como algo deste mundo”; 4) “O humano como ser distinto por composição”. Por meio de um quadro teórico que envolveu Isabelle Stengers, Michel Foucault, Bruno Latour, Ailton Krenak, Eduardo Viveiros de Castro, Adela Cortina, entre outros, discutimos esses eixos. As reflexões nos proporcionaram pensar, também, sobre qual é o papel da Educação em Química - principalmente no que tange à formação de educadores(as) - na construção desses significados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roberto Dalmo Varallo Lima de Oliveira , Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Licenciado em Química pela Universidade Federal Fluminense (2012), Mestre e Doutor em Ciência, Tecnologia e Educação pelo CEFET-RJ (2017). Foi professor da Escola Básica. Trabalhou entre 2014 e 2017 na Universidade Federal do Tocantins (UFT), entre 2017 e 2019 na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atualmente, é professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Editor da seção Debates em Direitos Humanos, Culturas e Justiça Social no Ensino de Química da Revista REDEQUIM. Coordenador da Coleção ?Culturas, Direitos Humanos e Diversidades na Educação em Ciências?. Nos últimos anos começou a se dedicar ao estudos sobre Jogos Digitais e sua relação com a Educação Científica e Tecnológica.

 

http://lattes.cnpq.br/4443676750886349

Bruna Adriane Fary , Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutora (2017 - 2021) e Mestra (2015 - 2017) em Ensino de Ciências e Educação Matemática pelo Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática (PECEM) da Universidade Estadual de Londrina (UEL - Londrina). Especialista em Neuroaprendizagem e Educação e Sociedade (2019 - 2020) pela Faculdade São Braz. Licenciada em Química pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR - Apucarana (2011 - 2015). Atualmente, leciono a disciplina de Química para o Ensino Médio, no Colégio Positivo - Santa Maria, e atuo como Professora Colaboradora, no campo da Química/Ensino de Química, na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Inclino-me a investigar nas linhas: Estudos Culturais das Ciências e das Educações; Filosofia da Diferença; História, Filosofia e Sociologia da Química/Ciência; Química e Gênero; Educações e Mídias; Educação Ambiental e Antropoceno.

 

http://lattes.cnpq.br/5426244428041941

Alexandre Luiz Polizel , Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutorando (2019-Atual) e Mestre (2017-2019) no Programa de Ensino de Ciência se Educação Matemática da Universidade Estadual de Londrina. Licenciado em Ciências Biológicos pela Universidade Estadual de Maringá (2012-2016); em Filosofia (2017-2018), Pedagogia (2018-2019) e Sociologia (2020-2021) pelo Centro Universitário de Araras. Psicanalista Clínico pelo Faculdade Gaio e Sociedade Psicanalítica Sigmund Freud de São Paulo. Professor Colaborador na Departamento de Educação (Filosofia e Educação/Psicologia da Educação) da Universidade Estadual de Londrina (2021-Atual). Um amante das narrativas de si, tem-se dedicado a produção de escrituras nas áreas de: Redes digitais e Cibercultura; Currículos e o Pensamento na contemporaneidade; Diversidade, Identidade, Diferença e Desigualdade; Direitos Humanos; Estudos Culturais das Ciências e Educações; Pedagogias-Filosofias-Biologias Culturais e dos corpos e dos eus; Clinica e Crítica da Cultura. Foi Professor no Departamento Acadêmico de Humanidades da UTFPR-CM (2019-2020); na Educação Básica (2018-2020); Faculdade Gaio (pós-graduação) (2020-atual).

 

http://lattes.cnpq.br/4217304775945037

Referências

BENSAUDE-VINCENT, B; STENGERS, I. História da Química. Tradução de Raquel Gouveia. Lisboa: Instituto Piaget, 1992.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 2, Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. 1 de julho de 2015.

CANDAU, V. Educação em direitos humanos – desafios para a formação de professores. Novamérica. No. 78. jul. 1998.

COELHO, E. P. Cartas de Paulo Freire: o diálogo como caminho e Pedagogia. 2005. Tese. (Doutorado em Educação)- Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

COELHO, E. P. Pedagogia da correspondência: Paulo Freire e a educação por cartas e livros. Brasília, DF: Líber Livros, 2011.

CORTINA, A. Cidadãos do mundo: para uma teoria da cidadania. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

CORTINA. A. Ética de la razón cordial: Educar em la cidadania em el siglo XXI. Llanera (Asturias), Ediciones Nobel. 2007

DA PONTE, J. P. Investigar a nossa própria prática. Refletir e investigar sobre a prática profissional, p. 5-28, 2002.

DA PONTE, J. P. M. O interaccionismo simbólico e a pesquisa sobre a nossa própria prática. Revista Pesquisa Qualitativa, v. 1, n. 1, 2005.

FESTER, A. C. R. Direitos Humanos, um debate necessário. São Paulo: Brasiliense, 1989.

FISCHER, R. M. B. Foucault e a Análise do Discurso em Educação. Cadernos de Pesquisa CEDES, on-line, [S.1.], vol. 114, p. 197-223, 2001.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008a.

FOUCAULT, M. A Ordem do Discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 15. ed. São Paulo: Loyola, 2012.

FOUCAULT, M. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica. Curso dado no Collège de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008b.

FOUCAULT, M. O que é a Critica? In: BIROLI, F., ALVAREZ, M.C. Michel Foucault: Historias e destino de um pensamento. Marilia, UNESP- Marilia- Publicações, 2000b.

GOODSON, I. F. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes,1995.

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

LATOUR, B. A esperança de Pandora. São Paulo:Editora UNESP, 2017.

LATOUR, B. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: Unesp, 2000.

LATOUR, B. Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. São Paulo: Ubu Editora, 2020.

MAURICIO, P; VALENTE, B. Argumentos para uma humanização do ensino das ciências. Ciência & Educação, v. 19, n.4, 2013, p. 1013-1026.

MORAES, A. A. Fishing cast net: the use of letters in a study. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.10, n.19, p.169-84, jan/jun 2006.

OLIVEIRA, R. D. V. L. Um ensaio sobre a cegueira: covid-19 e a humanização das ciências da natureza. Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos, v. 8, n. 2, p. 71-81, 2020.

ROSA, K.; ALVES-BRITO, A.; PINHEIRO, B. C. S. Pós-verdade para quem? Fatos produzidos por uma ciência racista. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 37, n. 3, p. 1440-1468, 2020.

SANTOMÉ, J. T. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Alienígenas na sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p. 159-177.

SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. 5. ed. - São Paulo : Cortez, 2008.

SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2005

SMITH, L. T. Descolonizando metodologias: pesquisa e povos indígenas. Curitiba: Ed. UFPR, 2018.

STENGERS, I. A invenção das ciências modernas. Tradução de Max Altman. São Paulo: Editora 34, 2002.

VEYNE, P. Como se escreve a história. Foucault revoluciona a história. Brasilia: Editora UNB, 1971

VIVEIROS DE CASTRO, E. Os involuntários da pátria: elogio do subdesenvolvimento. Caderno de leituras, n. 65, p. 1-9, 2017.

WELLS, H. G. A ilha do Dr. Moreau. Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2012.

Downloads

Publicado

2021-11-30

Como Citar

OLIVEIRA , Roberto Dalmo Varallo Lima de; FARY , Bruna Adriane; POLIZEL , Alexandre Luiz. Humanizar a educação em química? significados e espaços formativos. Debates em Educação, [S. l.], v. 13, n. Esp2, p. 150–170, 2021. DOI: 10.28998/2175-6600.2021v13nEsp2p150-170. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/13050. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Formação Docente em Química: foco e intersecções para ampliar o entendim