Mudança ou continuidade? Contradições do desenvolvimento industrial da primeira década do século XXI
DOI :
https://doi.org/10.28998/lte.2017.n.2.3883Mots-clés :
desenvolvimento industrial, capitalismo organizado, coordenação entre empresariado e EstadoRésumé
O propósito deste artigo é discutir os elementos de mudança institucional no desenvolvimento industrial no Brasil na primeira década deste século a partir do conceito de capitalismo organizado. A abordagem de capitalismo organizado (Kamijo, 1978; Offe, 1985; Höpner, 2004, 2007; Allen, 2010; Höpner e Callaghan, 2012) serve como um quadro analítico e conceitual mais amplo para entender o debate recente sobre a construção da coordenação entre empresariado, Estado e, em menor grau, trabalhadores nas políticas de transformação industrial. A continuidade se refere tanto à persistência da força política das elites clientelistas e rentistas quanto à adaptação das instituições do período desenvolvimentista, assim como das ideias favoráveis à atuação mais ativa do Estado por parte do empresariado industrial. De outra parte, houve mudanças ensejadas pelo aumento de investimentos destinados à inovação combinado com avanços sociais como a redução da pobreza e maior consumo das classes trabalhadoras.
O argumento apresentado no artigo é que as múltiplas iniciativas de políticas industriais e de inovação, bem como os avanços no fortalecimento de cadeias produtivas intensivas em capital como a do petróleo e gás e das multinacionais brasileiras não foram capazes de superar os problemas estruturais da economia brasileira. O regime de acumulação vinculado às exportações de commodities e ao predomínio dos ganhos financeiros impediu a construção de um sistema de incentivos necessário ao desenvolvimento industrial.
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