Performance, estilo e gênero no 'rolê' riot grrrl do Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.28998/lte.2018.n.2.5152Parole chiave:
Riot Grrrl, Performance, Gênero, Feminismo, PunkAbstract
Este artigo é fruto de uma pesquisa etnográfica de três anos com um grupo de meninas do riot grrrldo Rio de Janeiro, que culminou também na dissertação de mestrado do autor. O trabalho traz um breve histórico da construção do riot grrrlenquanto movimento nos anos 1990 nos Estados Unidos e sua chegada ao Brasil. O texto traz uma reflexão sobre as relações entre “estilo” e “gênero” no contexto do riot grrrl,assim, aborda como o estilo é construído coletivamente, tendo o gênero um papel importante nesta construção. O gênero, no entanto, não é a única dimensão trazida pelas interlocutoras ao discutir o movimento, existem propostas de renovação de pautas para a manutenção de um “viés revolucionário” do estilo, que abrangem um debate sobre raça, sexualidade, corpo, entre outros, através de um olhar do feminismo interseccional. A base para a análise trazida no artigo são as falas em entrevista, a participação em rodas de conversas e em eventos com shows, bem como outros dados obtidos durante a pesquisa.
Palavras-chave:Riot Grrrl. Gênero. Feminismo. Interseccionalidade.
Abstract
This article is a result from a research that have last three years with a group of riot grrrls at Rio de Janeiro, which resulted as well in the autor’s master’s dissertation. The paper brings a brief history of the riot grrrl movement’s creation in the 1990s in the United States and its arrival in Brazil. The text brings a reflection about the relations between “style” and “gender” in the context of riot grrrl, therefore, it approaches how style is constructed collectively, while gender having an important role in this construction. The gender, nevertheless, is not the only dimension brought by the research’s interlocutors when discussing about the movement, there are propositions of renewal of agenda through a “revolutionary alignment” of the style, which englobes a debate about race, sexuality and body, among others, through the intersectional feminism point of view. The base for the analysis brought in the article are the talks in the interviews, the participation in group debates and festivals, as well as other data obtained during the research.
Key-words:Riot Grrrl. Gender. Feminism. Intersectionality.Downloads
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