Geopoesia da boa morte: a flâneuse Cora Coralina pelas ruas da tanatografia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28998/2317-9945.202168.368-378

Palavras-chave:

Cora Coralina, geopoesia, tanatografia, flâneuse.

Resumo

A relação entre a escrita e a voz, a criação arquitetônica da autoria e personagens (tenham existido ou não), movimenta-se dinamicamente no processo criativo da geopoesia. Esse artigo perscruta as relações dialógicas entre literaturas invisíveis aos centros culturalmente hegemônicos e aquelas que ficaram num limbo editorial – entre a página de jornal e o esquecimento, no longe do mar altiplano. O poema Quem foi ela, de Cora Coralina (1965), reside justamente nessa condição: falado ao pé do túmulo, publicado em jornal, guardado em arquivo. Aproximando geopoesia e tanatografia, ao analisar esse in-editio, o objetivo desse trabalho é etnocartografar a movimentação cultural e performática nos campos gerais da poetiza de Goiás. Mais especificamente, como o cerrado/sertão/campo geral do país, com vistas a constituir uma ou várias poéticas populares centroestinas, se consolidam nessa literatura campo. Nos deslocamentos, na presença de transeuntes e na memória oral conjugam-se manifestações particulares, posições volitivo-vitais e etnoflâneries. Nesse poema, especificamente, forças femininas povoam várias camadas da “fonte histórica”, da relação entre literatura e experiência urbana e da escrita de morte em um poema-necrológio.

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Biografia do Autor

Augusto Rodrigues Silva Junior, Universidade de Brasília

Professor Associado de Literatura Brasileira da Universidade de Brasília. Membro permanente do Programa de Pós-graduação em Literatura e Práticas Sociais (Poslit/UnB). Coordenador da Cátedra Agostinho da Silva (UnB).

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Publicado

2021-04-24

Como Citar

SILVA JUNIOR, Augusto Rodrigues. Geopoesia da boa morte: a flâneuse Cora Coralina pelas ruas da tanatografia. Revista Leitura, [S. l.], n. 68, p. 368–378, 2021. DOI: 10.28998/2317-9945.202168.368-378. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/revistaleitura/article/view/11268. Acesso em: 18 nov. 2024.

Edição

Seção

Estudos Literários