A língua como instituição social: contribuições de Ferdinand Saussure
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202377.5-18Resumo
Neste artigo busca-se refletir sobre a natureza social da língua no pensamento saussuriano. Para essa finalidade, considera-se a concepção de língua como instituição social assumida por Saussure, diferenciando-a da concepção assumida por William Dwight Whitney (1827-1824) - linguista norte-americano. Essa discussão se justifica a partir da necessidade de reavaliar a atualidade do pensamento saussuriano e a sua produtividade no cenário contemporâneo das investigações das ciências da linguagem. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de natureza bibliográfica, cujas análises estão fundamentadas no Curso de Linguística Geral (2012 [1916]) e em Notas para um artigo sobre Whitney, publicadas nos Escritos de Linguística Geral (2004), organizados e editados por Simón Bouquet e Rudolf Engler. Após a análise, constatamos que Saussure ainda lidava com incertezas epistemológicas essenciais para a formulação da sua teoria, evidenciando as especificidades da língua como atividade que se situa no nível do inconsciente, impossibilitando seus deslocamentos de valor diante da vontade individual e ou coletiva de forma geral e repentina. Nessa perspectiva, considerava a língua uma instituição sem análogo, visto que a sua natureza é dupla.