Z. Harris: a imperfeição e o acesso à língua
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.201759.204-218Palavras-chave:
fala, segmentação, unidades linguísticas, imperfeição, inputResumo
A segmentação das cadeias da fala em unidades linguísticas levanta problemas centrais para uma abordagem inatista ou não-inatista de aquisição de linguagem. Para tratar das formas de acesso à língua através da fala, Z. Harris em Structural linguistics volta-se para a definição, distribuição e ocorrência das unidades linguísticas, assim como para a demarcação de limites entre elas. O testemunho da falha na realização da unidade terá no método função residual, porém significativa para a comprovação da correta segmentação: a falha mostra-se regida por restrições que operam na língua. Opondo-se a Harris, a imperfeição do input foi tomada por Chomsky como argumento lógico para a hipótese inatista, inaugurando a Gramática Gerativa e demarcando um espaço de teorização para a área da aquisição de linguagem. O que veio a ser qualificado de imperfeito por Chomsky mostra-se, na linguística de Harris, via de acesso à língua de outrem.