A importância da reescrita constante em artigos de opinião produzidos por universitários
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202481.39-58Abstract
Este artigo propõe-se a analisar excertos de reescrita, a partir da produção de artigos de opinião redigidos por acadêmicos iniciantes, e corrigidos por duas professoras em formação, do curso de Letras Português/Inglês, da Universidade XXXX, Campus XX, a partir de um projeto de extensão universitária, coordenado por professores do curso. A análise parte do pressuposto de que a linguagem é de natureza social e os enunciados da língua possuem um locutor e um interlocutor e que as reformulações feitas em um texto são em prol do convencimento desses, além de ter o objetivo de facilitar o entendimento durante a leitura. Para isso, ancoram-se as discussões em Vigotski (1996, 2001, 2002), Bakhtin (1997), Marcuschi (2008), Koch e Elias (2014), entre outros. A análise dos dados permitiu observar que, na reescrita, apontamentos de ordem mais formal, tais como correções gramaticais, levaram a outras mudanças semânticas, mesmo sem um apontamento para esse fim. Mas, conforme os dados, apontamentos da ordem do conteúdo (questionamentos críticos das professoras), geram um efeito reflexivo nos alunos. Isso só se tornou possível pela oportunidade da reescrita e pelos apontamentos feitos na correção dos textos, o que evidenciou pontos interessantes a serem considerados pelos professores de produção textual.
Palavras-chave: Produção de textos. Reescrita. Artigo de opinião
Downloads
Riferimenti bibliografici
Referências
ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Um olhar objetivo para produções escritas: analisar, avaliar, comentar. São Paulo: Moderna, 2012.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BRÄKLING, Kátia Lomba. Trabalhando com artigo de opinião: re-visitando o eu no exercício da (re)significação da palavra do outro. In: ROJO, Roxane (Org.). A prática da linguagem em sala de aula: praticando os PCN. São Paulo: EDUC; Campinas, SP: Mercado de Letras, 2000.
FIAD, Raquel Salek. Escrever é reescrever: caderno do professor. Belo Horizonte: Ceale, FaE/UFMG, 2006.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.
MARCUSCHI, Luiz Antonio. Produção textual. Análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
ENEM 2017: leia redações nota mil. O Globo, Rio de Janeiro. Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-nota-mil-do-enem-2017.ghtml> . Acesso em 5 ago. 2023.
SANTOS, Vanessa Cerqueira. A produção textual na escola: eu escrevo, tu escreves, ele escreve… Como? III Seminário de Língua Portuguesa e Ensino, I Colóquio de Linguística, Discurso e Identidade. Bahia: UESC, 2008.
VIGOTSKI, Levi Semionovitch. Pensamento e linguagem. 1. ed. 6a reimpressão. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
VIGOTSKI, Levi Semionovitch. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VIGOTSKI, Lev S.; LURIA, Alexander R.; LEONTIEV, A. N.; Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 2001.
VIGOTSKI, Levi Semionovitch. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.