A Favela Santa Marta e seus guias de turismo: identidade, mobilização e conflito

Autores

  • Gabriel Ferreira Barbosa Mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense.

Palavras-chave:

Favela, Turismo, Mobilização, UPP, Identidade

Resumo

A proposta deste artigo é descrever o processo de constituição de um mercado turístico na Favela Santa Marta e os efeitos observados no que se refere aos conflitos e consequentes mobilizações que reivindicam a legitimidade de se contar a história desse lugar. Por ter sido a primeira favela da cidade do Rio de Janeiro onde foi instalada uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em dezembro de 2008[1], a Santa Marta passa a ser reconhecida como uma “favela modelo” por parte da administração pública, como se ela fosse um “laboratório” para experiências de políticas públicas. Esse processo ocorre em um contexto – notadamente os megaeventos esportivos como a Copa do Mundo FIFA 2014 e as Olimpíadas de 2016 -  em que se busca um “reencantamento” das representações sobre as favelas, mais especificamente aquelas onde as UPPs passam a fazer parte do cotidiano de seus moradores. O programa Rio Top Tour, que é a política analisada aqui, foi lançado na Favela Santa Marta, e consistiu na formação de guias turísticos locais e estímulo ao desenvolvimento de um mercado turístico. A partir da atuação desses guias e a sua mobilização para serem os legítimos portadores da narrativa sobre a história da Favela Santa Marta no âmbito do mercado turístico local, analisarei os conflitos que resultam desse processo. Antes disso, entretanto, é preciso apresentar este lugar e as mudanças que vêm ocorrendo nos últimos anos desde a instalação da UPP – que é o corte temporal proposto neste trabalho.

 

Biografia do Autor

Gabriel Ferreira Barbosa, Mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense.

Doutorando e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense; graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; associado ao Laboratório de Etnografia Metropolitana (LeMetro IFCS/UFRJ).

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Publicado

2015-03-09

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