Amizades e inimizades na formação dos estudos afro-brasileiros

Autores/as

  • Amurabi Oliveira Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.28998/lte.2017.n.2.4031

Palabras clave:

Estudos afro-brasileiros, Campo acadêmico, História das Ciências Sociais, Pensamento Social Brasileiro.

Resumen

A partir das décadas de 1930 e 1940 começam a se delinear no Brasil os chamados estudos afro-brasileiros no campo acadêmico, o que é impulsionado por fatores como: ampliação do mercado editorial; a formação dos primeiros cursos de ciências sociais, a vinda de pesquisadores estrangeiros, bem como a ida de pesquisadores brasileiros para outros países, especialmente os Estados Unidos. Considerando tais elementos, buscarei analisar como os estudos afro-brasileiros passam a se formar a partir das diversas redes acadêmicas e de amizade entre intelectuais brasileiros e americanos, destacando do lado brasileiro as figuras de Gilberto Freyre, Arthur Ramos e Edison Carneiro, e entre os americanos Rüdiger Bilden, Donald Pierson, Ruth Landes e Melville Herskovits, mapenando estas redes e como estes círculos sociais vão se ampliando e se cruzando.

 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Amurabi Oliveira, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisador do CNPq.

Citas

BARROS, Luitgarde Oliveira Cavalcanti. Arthur Ramos e as Dinâmicas Sociais de seu Tempo. Maceió: EDUFAL, 2008.

BILDEN, Rüdiger. Brazil, laboratory of civilization. The Nation, v. 128, n. 3315, p. 71-74, 1929.

BOURDIEU, Pierre. Homo Academicus. Florianópolis: EDUFSC, 2011.

______. Os usos sociais da ciência. São Paulo: Editora UNESP, 2004.

CARNEIRO, Edison. Ladinos e crioulos – estudos sobre o negro no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1964.

______. The Structure of African Cults in Bahia. The Journal of American Folklore, v. 53, n. 210, p. 271-278, 1940.

CARVALHO, José Murilo. Pontos e Bordados: escritos de história e política. Belo Horizonte: Editoria UFMG, 1977.

CORRÊA, Mariza. As Ilusões da Liberdade: a escola Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2013.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economina patriarcal. São Paulo: Global, 2005.

______. Como e porque sou e não sou sociólogo. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1968.

______. De menino a homem: de mais de trinta e de quarenta, de sessenta e mais anos. São Paulo: Global, 2010.

_______. Entrevista ao Diário de Pernambuco. O Estado da Bahia. 13 nov. 1936. In:

OLIVEIRA, Waldir F.; LIMA, Vivaldo da C. (org.). Cartas de Édison Carneiro a Arthur

Ramos: de 4 de janeiro de 1936 a 6 de dezembro de 1938. São Paulo: Corrupio, 1987. p. 128-129.

______. Oliveira Lima, Don Quixote gordo. Recife: Editora da Universidade Federal de Pernambuco, 1970.

GERSHENHORN, Jerry. Melville J. Herskovits and the Racial Politics of Knowledge. University of Nebraska Press: Lincoln and London, 2004.

GUIMARÃES, Antônio Sergio. Comentários à Correspondência entre Melville Herskovits e Arthur Ramos (1935-1941). In: PEIXOTO, Fernando Arêas; PONTES, Heloisa; SCHWARCZ, Lilian Moritz (Orgs.) Antropologias, Histórias, Experiências. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004, p. 169-197.

HERSKOVITS, Melville. Pesquisas Etnológicas na Bahia. Salvador: Secretaria de Educação e Saúde, 943.

______. Review of the City of Women. American Anthropologist, v. 50, n.1, p. 50-123, 1948

LANDES, Ruth. A cidade das mulheres. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1967.

MAIO, Marcos Chor. A história do Projeto Unesco: estudos raciais e ciências sociais no Brasil. Tese de Doutorado (Ciência Política). Rio de Janeiro, Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), 1997.

______. Entre Chicago e Salvador: Donald Pierson e o estudo das relações raciais. Estudos Históricos, v. 30, n. 60, p. 115-140, 2017.

MEUCCI, Simone. Artesania da sociologia no Brasil: contribuições e interpretações de Gilberto Freyre. Curitiba: Appris, 2015.

MOTTA, Roberto. De Nina a Juana: Representações da África e do Candomblé. In: LIMA, Ivaldo Marciano de França; FERREIRA, Jackson André da Silva; DAMASCENO, José Jorge Andrade; SANTOS, Joceneide Cunha dos; SAMPAIO, Moiseis de Oliveira; VIEIRA FILHO, Rafael Rodrigues. (Orgs.). África(s), índios e Negros. Recife: Bagaço, 2016, p. 255-288.

______. O amigo e os inimigos: Gilberto, René, religião e relações raciais. In: ______; FERNANDES, Marcionilia (Ogs.) Gilberto Freyre: região, tradição, trópico e outras aproximações. Rio de Janeiro: Instituto Miguel de Cervantes. p. 146-171, 2013.

MOTTA, Roberto; FERNANDES, Marcionilia. Gilberto Freyre, um enigma genealógico. In:______; ______ (Ogs.) Gilberto Freyre: região, tradição, trópico e outras aproximações. Rio de Janeiro: Instituto Miguel de Cervantes. p. 11-36, 2013.

OLIVEIRA, Amurabi. Gilberto Freyre, professor de Antropologia, in: CAMPOS, Roberta; PEREIRA, Fabiana; MATOS, Silvana (Eds.). A nova escola de antropologia do Recife: ideias, personagens e instituições. Recife: EDUFPE, 2017.

______. Entrevista com um “ph.d. nada típico”: Xangô, Weber, Gilberto Freyre e outros assuntos com Roberto Motta. Latitude, v. 8, n. 2, p. 427-440, 2014.

PALLARES-BURKE, Maria Lúcia. Gilberto Freyre – um vitoriano nos trópicos. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

_______. O triunfo do fracasso: Rüdiger Bilden, o amigo esquecido de Gilberto Freyre. São Paulo: Editora UNESP, 2012.

PIERSON, Donald. Brancos e pretos na Bahia. Estudo de contacto racial. Brasiliana. Biblioteca Pedagógica Brasileira. Rio de Janeiro: Campanha Editora Nacional, 1945.

______. Algumas atividades no Brasil em prol da Antropologia e outras ciências sociais. In: CORRÊA, Mariza (Org.). História da Antropologia no Brasil (1930 - 1960). Testemunhos: Emílio Willems e Donald Pierson. Campinas: Unicamp, p. 30-116, 1987.

______.The Masters and the Slaves: a study in the development of Brazilian civilization. American Sociological Review, v. 12, no. 5, p. 607-609, 1947.

PONTES, Heloisa. Retratos do Brasil: editores, editoras e “coleções brasiliana” nas décadas de 30, 40 e 50. In: MICELI, Sergio (Org.). História das Ciências Sociais no Brasil Vol.1, São Paulo: Vértice, 1989, p. 359-409.

RAMOS, Arthur. A aculturação negra no Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca Pedagógica Brasileira, 1942.

ROSSI, Gustavo. O intelectual feiticeiro: Edison Carneiro e o campo de estudos das relações raciais no Brasil. Campinas: Editora da Unicamp, 2015.

SANSONE, Lívio. Estados Unidos e Brasil no Gantois: o poder e a origem transnacional dos Estudos Afro-brasileiros. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 27, n. 79, p. 9-29, 2012.

SILVA, Isabela O. P. De Chicago a São Paulo: Donald Pierson no mapa das Ciências Sociais. Tese de Doutorado (Antropologia). São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Universidade de São Paulo), 2012.

SILVA, Vagner Gonçalves. Estudos afro-brasileiros. Construção e legitimação de um campo de saber acadêmico. Revista USP, n.55, p. 82-111, 2002.

SIMMEL, George. Sociology: inquiries into the construction of social forms. Boston: Brill, 2009.

VALLADARES, Licia do Prado. A visita de Robert Park ao Brasil, o "homem marginal" e a Bahia como laboratório. Caderno CRH, v. 23, n. 58, p. 35-49, 2010.

YELVINGTON, Kevin. Melville J. Herskovits e a institucionalização dos Estudos Afro-Americanos. In: PEREIRA, Claúdio L.; SANSONE, Lívio (Orgs.). Projeto UNESCO no Brasil: textos críticos. Salvador: EDUFBA, 2007, p. 149-171.

Publicado

2018-07-12

Cómo citar

OLIVEIRA, Amurabi. Amizades e inimizades na formação dos estudos afro-brasileiros. Latitude, Maceió-AL, Brasil, v. 11, n. 2, 2018. DOI: 10.28998/lte.2017.n.2.4031. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/latitude/article/view/4031. Acesso em: 21 nov. 2024.

Número

Sección

Artigos

Artículos similares

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.