Contexturas escritas do Gelasal: faces e rastros de uma concepção de língua(gem)
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202483.199-213Palavras-chave:
Gelasal, Concepção de linguagem, Geografia discursiva, Resumos acadêmicosResumo
Objetivamos, neste trabalho, investigar a concepção de língua(gem) do Grupo de Estudos “x”, a partir de resumos acadêmicos, documentos-fontes, de pesquisadore(a)s desse coletivo de estudos, publicados nos anais do II Encontro Nacional de Linguística Aplicada. A pesquisa é de cunho documental, qualitativo e interpretativista, no qual procedemos com uma leitura enunciativo-discursiva do corpus, referenciando-nos em Bakhtin (2016), Volochinov (2018), Albuquerque Jr. (2008, 2011, 2015 2017, 2023), Santos Filho e Santos (2024), Moita Lopes (2006) e Fabrício (2017), dentre outro(a)s. Os resultados apontam que o coletivo de estudos adota uma concepção enunciativo-discursiva como tendência predominante de linguagem, entretanto, apesar da predominância, há uma cópula teórico-metodológica com uma concepção performativa de linguagem, o entendimento de língua enquanto rizoma e o empreendimento teórico de uma “geo-história” ou “geografia discursiva”, nos quais se compreende que há uma intersecção indissociável entre linguagem, território e a invenção/construção dos espaços sociais. Desta feita, concluímos que o procedimento teórico-metodológico adotado pelo coletivo de estudos faz “desamprender” e “despraticar” ideais modernistas de língua, ao empreender que a realidade inteligível, o que inclui o território, é construído e performatizado pelas práticas discursivas.
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