O que escuta o clínico/fonoaudiólogo frente à fala jargonafásica?

Resumo

Este trabalho problematiza a natureza da fala jargonafásica, a partir de uma aproximação à Linguística Estruturalista (Saussure e Jakobson) e à Psicanálise, que tem no cerne a interpretação da relação sujeito-linguagem (língua e fala), como proposto pelo Interacionismo (DE LEMOS, 1992, 1997, 2002) e a Clínica de Linguagem (LIER-DeVITTO, 2000; ARANTES, 2001 e outros). Realizou-se uma análise linguística de dados de fala jargonafásica retirados da literatura fonoaudiológica. Neles, destacou-se a importância de um refinamento teórico-clínico necessário para a construção de uma escuta singular, que se afaste de métodos científicos de descrição e classificação. Foi abordado o funcionamento linguístico particular que comanda a fala afásica e seus efeitos no sujeito. A discussão perpassa, ainda, uma reflexão sobre a escuta do afásico e a interpretação do clínico.

What does the clinician/speech therapist listen in the face of the jargon-aphasic speech?

This work proposes a problematization of the nature of jargon-aphasic speech, based on Structuralist Linguistics (Saussure and Jakobson) and Psychoanalysis, whose core is the interpretation of the subject-language relationship (language and speech), as proposed by Interacionism (DE LEMOS, 1992, 1997, 2002) and the Language Clinic (LIER-DeVITTO, 2000; ARANTES, 2001 and others). A linguistic analysis of jargon-aphasic speech was performed using the data from the speech-language literature. In the analysis of this data, it was emphasized the importance of a theoretical-clinical refinement necessary to the construction of a singular listening, different from scientific methods of description and classification. It was approached the specific linguistic mechanism that is responsible for the aphasic speech and its effects on the subject. It is also part of the discussion a reflection regarding the listening of the aphasic and the interpretation of the clinician.

Keywords: Jargon aphasia. Language. Listening

DOI: 10.28998/2317-9945.2019n63p192-206