Notas sobre a natureza e artifício na Ilha dos Hermafroditas
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.200332.187-213Palavras-chave:
Utopia Francesa, Antiutopia, Hermafrodita, Natureza, ArtifícioResumo
A Ilha dos Hermafroditas, utopia francesa publicada em 1605,
relata a vida dos hermafroditas, que têm seu código moral baseado na
realização de empreendimentos prazeirosos e vantajosos através do
artifício, manifestado pela sofisticação excessiva das extericridades. Os
syredonnes vivem em um estado de cultura avançado, em que a natureza
encontra-se sempre oportunamente modificada: a ilha dos hermafroditas,
longe de ser um paraíso selvagem, é um lugar altamente civilizado. Nela,
o artifício encobre aquilo que se quer dissimular, o interesse individual, e
se traduz na preocupação que mostram os hermafroditas em incrementar a sua aparência, a dos objetos que fazem parte de sua vida, na sua
linguagem e nas suas leis. É o que mostraremos neste artigo e na
apresentação de trechos traduzidos dessa utopia.