Das muitas formas do silêncio: 23 de junho de 1958 e as narrativas de um acidente
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202066.66-84Palavras-chave:
Santo Amaro, Memória, Análise de discurso, SilenciamentoResumo
A linguagem, em uma de suas faces, sempre foi compreendida como um instrumento socializador da memória e das experiências. É com base nessa proposição que se elegerá a linguagem para refletir sobre a memória e as formas que o silêncio dá ao discurso sobre a explosão ocorrida no Mercado do Bembé, em Santo Amaro da Purificação, Bahia, no ano de 1958. Para o desenvolvimento desse artigo, analisamos os discursos de fragmentos de textos que foram produzidos na época. Nosso objetivo principal foi, à luz de uma proposta interdisciplinar, discutir como essas narrativas produziram uma Memória como resistência ao silenciamento e como as formas do silêncio discursivo atravessaram as narrativas desse acidente. A análise, cuja metodologia se serve de uma perspectiva retórico-discursiva, possibilitou elucidar alguns elementos que são pistas para a compreensão do silenciamento do fato que durou 50 anos (1958-2008).