Machado, um ladrão de palavras ou A narrativa entre o próprio e o alheio
Abstract
O presente ensaio tem como objetivo apresentar uma leitura da composição narrativa de Esaú e Jacó (1904), a partir de algumas citações presentes no romance. Nesse sentido, pretendemos observar Machado de Assis enquanto um ladrão de palavras, que se vale de excertos de outros autores para transformá-los em seus, por meio de uma transgressão cultural. Para tanto, tomamos como partida os pressupostos teóricos de Silviano Santiago presentes em seus ensaios “O entre-lugar do discurso latino-americano” (1971) e “Apesar de dependente, universal” (1978), e, em um segundo momento, nos valeremos das leituras propostas por Antoine Compagnon, em O trabalho da citação (1996), e por Michel Schneider, em Ladrão de palavras (1990). Desse modo, por meio da revisão bibliográfica desses autores, atrelada, por sua vez, às contribuições teórico-ficcionais de Jorge Luis Borges (1944), este artigo busca, em linhas gerais, desenvolver uma leitura que abarque o trabalho de citação por meio do qual o romance de 1904 é arquitetado e tem como resultado a contribuição para a fortuna crítica de Machado de Assis.
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Riferimenti bibliografici
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