O corpo na materialidade discursiva da obra “O Laçador” de Fernando Baril
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202169.495-512Palavras-chave:
Sujeito, Arte, Corpo, Memória, HistóriaResumo
Resumo: Propomos nesse artigo entrelaçar, pelo ponto possível da psicanálise, a teoria da Análise do Discurso com a teoria da Arte, para o entendimento da concepção de sujeito e de obra de arte. A reflexão parte da consideração do sujeito da arte na posição de produtor e observador, afetados por injunções que significam na materialidade da obra por um ressoar da memória, da história e do político. Analisamos a obra “O laçador” de Fernando Baril, exposta no Museu de Artes do Rio Grande do Sul (MARGS), em maio de 2018, na comemorativa exposiçãoBARIL’70 Anos. A tela, disposta na entrada do museu, traz um cruzamento de símbolos representantes dos sujeitos Sul-rio-grandenses, a saber, o gaúcho e a prenda. Na imagem do corpo entrecruzam-se e desacomodam-se interlocuções para o sujeito observador, e aquilo que é interpretado pela memória e pela história entram em conflito, produzindo, como retoma Pêcheux (2010), um visível que requer ser nomeado. Dos fragmentos dos sentidos, institucionalizados por uma cultura e por uma memória, vemo-nos frente ao corpo-estrutura do “e”. Escapando de uma possível nomeação, em um efeito de homogeneidade, o corpo-estrutura da obra de arte resiste e avança como dissidente e singular.