A violência contra a mulher na literatura contemporânea argentina
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202379.149-160Palavras-chave:
Representação. Violência de gênero. Feminicídio. Patriarcado. Literatura Contemporânea Argentina.Resumo
De acordo com o Observatório de Igualdade de Gênero da América Latina e do Caribe, em 2021, 11 países registraram uma taxa de feminicídio superior a uma vítima por cada 100.000 mulheres, estando a Argentina na terceira posição do ranking em números absolutos, precedida pelo Brasil e pelo México. Destarte, a literatura latino-americana contemporânea vem reverberando a violência de gênero como ponto central das narrativas. Desse modo, examinam-se, neste artigo, duas produções literárias argentinas: a novela Le viste la cara a Dios, de Gabriela Cabezón Cámara, e o romance Garotas mortas, de Selva Almada. Para fins de suporte teórico, são cotejados com os textos literários análises da violência contra a mulher e do feminicídio levadas a cabo pelas antropólogas Rita Laura Segato, Marcela Lagarde y de Los Ríos e Esther Pineda, assim como pela teórica Diana Russell. Nas considerações finais é discutido, tendo como base os textos literários analisados, como a estrutura patriarcal arraigada na sociedade latino-americana é responsável pela violência de gênero.
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Referências
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